Quase metade dos adultos portugueses (47%) relatam que os seus níveis de stress se agravaram desde o início da pandemia. Esta é a segunda maior proporção nacional no inquérito, acima da média do estudo (37%), tendo o stress aumentado mais apenas em Itália (53%).
Mais de um terço (35%) dos adultos em Portugal queixaram-se de uma saúde mental mais debilitada durante a pandemia. Apenas na Áustria (37%) este valor foi mais elevado. Ao mesmo tempo, 35% dos adultos portugueses sentiram que o seu bem-estar físico se tinha agravado durante a pandemia.
Uma proporção semelhante (32%) dos portugueses considera que a sua qualidade de sono também diminuiu. Apenas em Itália, Polónia e Espanha esta proporção foi mais elevada.
Apesar destes desafios, o estudo indica que a população portuguesa procura o apoio especializado de profissionais de saúde.
Dois em cada cinco adultos portugueses (40%) disseram ter pedido mais aconselhamento ao seu médico de clínica geral ou a outro profissional de saúde nos últimos 12 meses – o total nacional mais elevado do Relatório de Saúde STADA 2022. A média europeia baixa para 25%. Além disso, 15% dos portugueses procuraram mais aconselhamento nas farmácias, atrás apenas da Sérvia, Espanha e França.
Na saúde mental em particular, a amostra representativa de 1.997 adultos portugueses estava disposta a procurar ajuda profissional. Cerca de três em cada cinco (59%) disseram que iriam consultar um psiquiatra ou psicólogo. Apenas em Espanha (62%) esta proporção foi mais elevada. Os portugueses estão também entre os que mais se esforçam por falar da sua saúde mental com um clínico geral – quase metade (48%) fá-lo-ia, com pontuações mais elevadas apenas na Bélgica (52%) e em França (49%).
“Embora seja preocupante confirmar a deterioração do estado de saúde física e mental da população portuguesa nos últimos dois anos, é encorajador confirmar a elevada confiança nos profissionais de saúde”, comenta Ana Ferreira, diretora-geral da STADA Portugal.
De acordo com o estudo, a população adulta portuguesa está também na vanguarda da adoção de soluções tecnológicas de saúde. Quase uma em cada cinco (19%) pessoas em Portugal utiliza tais aplicações para partilhar informação com o seu médico, a proporção mais elevada no Relatório de Saúde STADA 2022, para o qual a média neste ponto era de apenas 11%. Um quarto dos adultos portugueses (25%) diz utilizar aplicações de saúde para monitorizar o seu bem-estar mental. Esse total só é igualado em Itália.
Apenas 9% dos portugueses dizem não conhecer tais aplicações, tratando-se do mais alto nível de conhecimento das aplicações de saúde entre os 15 países estudados.
Além disso, os adultos portugueses são os mais abertos na Europa à ideia de consultar um médico à distância por webcam (86% vs. 64%). Metade dos adultos portugueses (51%) refere a hipótese de poupar tempo em viagens e de espera para consultar um médico, superando novamente a média europeia (32%).
A pesquisa decorreu de março a abril de 2022.
PR/HN/RA
0 Comments