Quatro projetos de investigação recebem financiamento da Fundação “la Caixa”

16 de Julho 2022

Quatro projetos de investigação sobre a eficácia de tratamentos na área do cancro, das doenças cardiovasculares, da resistência a antibióticos e da medicina personalizada nas lesões dos nervos periféricos foram selecionados no Concurso CaixaResearch Validate.

A Fundação “la Caixa”, com a colaboração do BPI, apoia 15 projetos de investigação biomédica de ponta, quatro deles portugueses, no Concurso CaixaResearch Validate 2022.

Um painel de especialistas europeus e profissionais da área das ciências da vida e da saúde selecionou estes 15 projetos de entre 110 apresentados a concurso. Os selecionados recebem até 100 000 euros do Programa para validar a sua tecnologia e elaborar um roteiro para a sua valorização.

Citado no comunicado, o Diretor Corporativo de Investigação e Saúde, Àngel Font, salienta que o concurso visa “eliminar a barreira que existe entre o laboratório e o mercado, acrescentando valor ao conhecimento científico criado por investigadores da Península Ibérica e aproximando, através de financiamento e assessoria, as suas inovações de quem mais as aguardam: os doentes”.

Os projetos biomédicos portugueses que foram seleccionados têm como foco: a eficácia dos tratamentos contra o cancro reduzindo a sua toxicidade; nanopartículas para controlar a Helicobacter pylori sem utilizar antibióticos; medicina personalizada para reparar lesões dos nervos periféricos e um enxerto vascular sintético para o bypass da artéria coronária.

Na área do cancro, procuram validar uma nova terapia dirigida ao metabolismo do ferro para reduzir os efeitos secundários do tratamento do cancro colorretal. “Se for bem sucedida, abrir-se-á a porta a um novo sistema de administração da quimioterapia dirigida à assinatura metabólica das células tumorais, o que poderia reduzir a toxicidade inespecífica nos tecidos saudáveis e melhorar a esperança e qualidade de vida dos doentes oncológicos”, lê-se no comunicado enviado às redações.

Para tratar a Helicobacter pylori, os pesquisadores desenvolveram uma fórmula de nanopartículas lipídicas concebida para controlar a carga de H. pylori por administração oral. Os especialistas garante que esta nova fóimula “reduz de forma segura e eficaz a carga de H. pylori na microbiota gástrica, permitindo, ao mesmo tempo, manter saudável a mucosa intestinal do hóspede.

Para ultrapassar as dificuldades sentidas no tratamento das lesões dos nervos periféricos, os investigadores utilizam outro tipo de polímero, o dextrano, que permite melhorar a biodegradabilidade e a biocompatibilidade. Também utilizam o PCL devido às suas propriedades mecânicas, uma vez que permite que os nervos se regenerem adequadamente. “Este novo polímero já foi testado com sucesso em modelos animais (ratos) com danos no nervo ciático e foram obtidos resultados promissores. Neste projeto, o objetivo consiste em desenvolver uma tecnologia de impressão 3D de NGC baseados em dextrano e PCL para fabricar nervos adaptados a cada doente. Mais um passo em direção à medicina personalizada.”

Para as doenças cardiovasculares, os investigadores desenvolveram um novo enxerto vascular sintético antiaderente de pequeno diâmetro para o bypass das artérias coronárias. Fabricado a partir de um hidrogel reforçado mecanicamente com óxido de grafeno, previne a trombose e evita a adesão de bactérias.

Para além do apoio financeiro, os investigadores já começaram a receber formação especializada em áreas-chave para o desenvolvimento do seu ativo.

PR/HN/Vaishaly Camões

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