Ordem dos Médicos do Centro critica planeamento dos recursos humanos

19 de Julho 2022

A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos acusou na segunda-feira o Ministério da Saúde de desvalorizar o trabalho das direções clínicas dos hospitais da região e disse que o mapa de vagas recentemente publicado “não serve os interesses da população”.

“O mapa, recentemente publicado, é penalizador para as unidades hospitalares da região Centro, para a formação médica pós-graduada e, sobretudo, para os doentes. Nalguns casos, a falta de médicos tem um impacto devastador na prestação de cuidados de saúde no serviço de Urgência”, comenta Carlos Cortes, citado no comunicado de imprensa divulgado ontem.

No Hospital Distrital da Figueira da Foz (HDFF), “não abriram as vagas solicitadas pela direção clínica nas especialidades de Urologia, Ginecologia, Psiquiatria, Cardiologia e Oncologia”. A resposta em Oncologia, alerta Carlos Cortes, “corre o risco de encerramento pois depende de médicos prestadores de serviço”. Neste hospital, são os prestadores de serviço que estão a responder às solicitações nas especialidades de Urologia, Ginecologia e Cardiologia (esta última com dois médicos em horário parcial), diz a Ordem dos Médicos do Centro.

No Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), continua, foram referenciadas para o Ministério da Saúde algumas importantes carências, designadamente nas especialidades de Anestesiologia, Ortopedia, Oftalmologia, Pediatria. “A resposta dada pelo Ministério da Saúde para o CHUC foi manifestamente insuficiente. Se sabemos que a falta de médicos de família acaba por ter um forte impacto nos cuidados de saúde hospitalares, nomeadamente nas urgências, estamos a constatar, mais uma vez, que o ministério é incapaz de resolver os problemas, não cumpre a sua missão ao planear os recursos humanos necessários”, acrescenta o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.

A Ordem dos Médicos do Centro termina referindo que o Ministério da Saúde ignorou as graves carências de várias especialidades fundamentais para assegurarem os Serviços de Urgência, tais como Medicina Interna, Cirurgia ou Ortopedia, e que, “mais uma vez”, os hospitais da Guarda, Covilhã e Castelo Branco são “fortemente penalizados”.

Para Carlos Cortes, “o Ministério da Saúde tem de explicar ao país quais têm sido os critérios adotados e a lógica subjacente a mais um mapa de vagas desastroso e que não serve os interesses da população”.

PR/HN/RA

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