Autoridades de saúde admitem não saber fonte do surto em Macau

2 de Agosto 2022

As autoridades de saúde de Macau admitem não saber a fonte do pior surto de Covid-19 em Macau desde o início da pandemia, mas reiteram que foi causado por “objetos ou produtos vindos do estrangeiro”.

Na segunda-feira, o diretor dos Serviços de Saúde (SSM) da região administrativa especial chinesa, Alvis Lo Iek Long, disse que o surto se deveu à “importação de produtos” e reconheceu que, “no futuro, pode surgir novo surto”.

A investigação epidemiológica não encontrou a subvariante do Omicron que causou o surto em Macau em “nenhum dos infetados no estrangeiro”, que realizou a quarentena obrigatória à chegada à cidade, disse hoje Leong Iek Hou, do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, numa conferência de imprensa.

Em 23 de junho, antes do início de um confinamento parcial que durou mais de duas semanas, o chefe do executivo de Macau, Ho Iat Seng, tinha também sublinhado que esta estirpe não era “tão vulgar” na China continental.

“Não sendo por pessoa, provavelmente [a contaminação] poderia ter sido por objetos ou produtos”, acrescentou Leong Iek Hou.

Segundo o portal da Organização Mundial de Saúde (OMS) na Internet, “não há provas até ao momento de vírus que causam doenças respiratórias serem transmitidos através de comida ou embalagens de comida”.

“Os coronavírus não conseguem multiplicar-se em comida; precisam de um hospedeiro animal ou humano para se multiplicar”, referiu a OMS.

“É verdade que a maior parte dos surtos são devido a contaminação entre pessoas”, admitiu Leong Iek Hou.

Mas, “de acordo com a experiência da China e do exterior, muitas vezes a infeção humana é através de objetos”, acrescentou.

Em 12 de julho, a Comissão Nacional de Saúde chinesa anunciou que iria deixar de fazer testes à presença de Covid-19 em produtos importados, exceto congelados.

Estudos revelam que os vírus têm um tempo de sobrevivência curto na superfície da maioria dos objetos à temperatura ambiente e, portanto, “as medidas devem ser atualizadas”, referiu a Comissão.

Desde o início da pandemia, a China suspendeu por diversas ocasiões as importações de produtos de alguns países por associarem as suas mercadorias congeladas a surtos de Covid-19 em cidades chinesas.

Produtos do Brasil, Argentina e Equador, entre outros países, foram apontados como responsáveis por casos positivos nos últimos dois anos, e os respetivos exportadores punidos, no âmbito da rígida política de ‘zero casos’ de Covid-19 implementada pelas autoridades chinesas.

Em 02 de julho, Macau suspendeu, inicialmente durante uma semana, a importação de mangas de Taiwan, após ter detetado vestígios do novo coronavírus, responsável pela Covid-19, no exterior de uma embalagem.

Em resposta, o Conselho de Agricultura, que faz parte do Governo de Taiwan, defendeu não haver provas científicas de que a doença pode ser transmitida através de produtos embalados.

LUSA/HN

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