OMS constatou 473 ataques ao sistema de saúde em seis meses de guerra

24 de Agosto 2022

A Organização Mundial de Saúde (OMS) constatou, em seis meses de guerra, 473 ataques ao sistema de saúde na Ucrânia, que mataram pelo menos 98 pessoas e feriram outras 134.

“Seis meses de guerra tiveram um impacto devastador na saúde e na vida do povo ucraniano, mas apesar de muitos desafios o sistema de saúde conseguiu sobreviver e prestar cuidados onde e quando é mais necessário”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS num comunicado emitido hoje pela organização.

A OMS entregou nestes seis meses de guerra mais de 1.300 toneladas de material médico, trabalhando com mais de 150 governos, com as Nações Unidas e com parceiros da sociedade civil, através do Grupo de Saúde da Ucrânia, um mecanismo de coordenação humanitária.

Além disso, ajudou a formar mais de 9.000 profissionais de saúde numa série de áreas, incluindo cirurgia de trauma, feridos em massa, exposição química, epidemiologia e diagnósticos laboratoriais.

A saúde mental é apontada pela OMS como outro foco, e por isso a formação em matéria de gestão do ‘stress’ está a ser ministrada aos trabalhadores dos cuidados de saúde e à população em geral, “dado o aumento acentuado do sofrimento psicológico relacionado com a guerra”.

Mais de 12.000 consultas de saúde psicossociais foram realizadas desde o início da guerra, relatou a organização, no balanço do apoio prestado desde fevereiro.

O sistema de saúde da Ucrânia prepara-se agora para “um inverno desafiante”, alertou a OMS, que continua a apelar à Federação Russa para que acabe com esta guerra.

“Os próximos seis meses podem testar o sistema de saúde da Ucrânia como nunca antes”, disse Jarno Habicht, representante da OMS na Ucrânia, referindo que já se assiste “a graves desafios e carências em muitas áreas”.

O diretor regional da OMS para a Europa Hans Henri P. Kluge, denunciou os “inconscientes” ataques ao sistema de saúde que “não só são uma violação do direito humanitário internacional, como também matam e mutilam civis e prestadores de cuidados de saúde”.

Kluge destacou “os esforços heroicos dos prestadores de saúde, tão dedicados à sua profissão, apesar do seu próprio sofrimento pessoal”, mas sublinhou que nenhum sistema pode fornecer a melhor saúde ao seu povo sob o ‘stress’ da guerra.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Casos de cólera em Angola aumentam para 422 e mortes para 24

Angola reportou, nas últimas 24 horas, mais 39 casos de cólera, totalizando 422, dos quais 80 declarados positivos, com mais dois óbitos confirmados, num total de 24, segundo o boletim informativo do Ministério da Saúde divulgado às 18:00.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights