Independência e caráter são a “grande vantagem” do diretor-executivo do SNS

23 de Setembro 2022

O ex-ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes considerou que a independência e o caráter do diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), hoje anunciado, constituem a sua “grande vantagem” para o desempenho do novo cargo.

“A grande vantagem de Fernando Araújo está na independência do seu percurso e na autonomia do seu caráter. Não é, nem nunca será um subserviente servo de conveniências alheias ao interesse público apenas para se perpetuar num qualquer lugar”, afirmou o médico na rede social Facebook.

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, anunciou hoje que o presidente do Centro Hospitalar Universitário de São João, o médico Fernando Araújo, vai ser o primeiro diretor-executivo do SNS.

O anúncio foi feito no dia em que foi publicado no Diário da República o diploma do Governo que regulamenta a Direção Executiva, a nova entidade prevista no novo Estatuto do SNS promulgado pelo Presidente da República no início de agosto.

Adalberto Campos Fernandes salientou ainda que, quando foi ministro da Saúde entre 2015 e 2018, partilhou com Fernando Araújo, seu secretário de Estado, a “mesma visão sobre os desafios da saúde e a importância do SNS na vida das pessoas”.

“Tudo o que foi dito sobre a sua capacidade e qualidades pessoais e profissionais é justo e merecido”, referiu o antigo governante, ao alertar que a “política é um jogo perigoso que, por demasiadas vezes, sobrepõe a tática do momento à importância do médio prazo”.

Para o ex-ministro, os “principais adversários” do primeiro diretor-executivo do SNS serão os “algozes do sistema viciados na manipulação e no desgaste, a par da volatilidade do compromisso político”, o que faz com que o “que hoje é verdade amanhã poderá já não ser”.

“Manuel Pizarro, profundo conhecedor da realidade estará com ele, como tantos de nós, para devolver o SNS aos portugueses, deixando de lado os slogans e a retórica bolorenta e pondo toda a sua energia no trabalho a favor dos portugueses”, considerou Adalberto Campos Fernandes, para quem a nova equipa do Ministério da Saúde “augura esperança”.

A Direção Executiva do SNS vai coordenar toda a resposta assistencial do SNS, assegurando o seu funcionamento em rede, e passa a gerir também a rede nacional de cuidados continuados integrados e da rede de cuidados paliativos, até agora da responsabilidade das administrações regionais de saúde.

De acordo com o decreto-lei hoje publicado em Diário da República, a Direção Executiva do SNS será composta por cinco órgãos e terá estatuto de instituto público de regime especial para garantir autonomia para emitir regulamentos e orientações.

LUSA/HN

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