Noroeste da Nigéria com aumento acentuado de desnutrição em crianças

28 de Setembro 2022

O número de crianças com desnutrição sofreu um aumento acentuado em 2022 em cinco estados no noroeste da Nigéria, alertou esta terça-feira a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), apelando a ajuda humanitária de emergência.

Desde o início de 2022 que as equipas dos MSF testemunharam um número extraordinariamente elevado de crianças com desnutrição nos seu programas em cinco estados no noroeste da Nigéria, explicou este organismo em comunicado.

“Com o aumento da insegurança, as alterações climáticas e a inflação global dos preços dos alimentos num mundo pós-pandemia, só podemos imaginar que esta crise irá piorar”, salientou Simba Tirima, representante da MSF na Nigéria, citado na nota de imprensa.

A organização apela à comunidade humanitária para que responda às necessidades de emergência das pessoas na região, defendendo que o noroeste da Nigéria deve ser incluído no plano de resposta humanitária da ONU para 2023, permitindo uma visão mais ampla e uma resposta sustentada.

“As autoridades nigerianas precisam de apoio para lidar com uma crise dessa magnitude. Isso deve incluir ajuda humanitária de emergência para organizações capazes de dar uma resposta”, acrescentou Simba Tirima.

As equipas da MSF, que trabalham em colaboração com as autoridades de saúde nigerianas, trataram desde janeiro cerca de 100.000 crianças que sofreram de desnutrição aguda e internaram cerca de 17.000 crianças que necessitaram de cuidados hospitalares, nos estados de Kano, Zamfara, Katsina, Sokoto e Kebbi.

No Estado de Zamfara, uma das áreas mais afetadas pela violência e criminalidade em curso, a MSF registou um aumento de 64% no número de crianças gravemente desnutridas que receberam tratamento entre janeiro a agosto de 2022, em comparação com o período homólogo de 2021.

Em Mashi, no Estado de Katsina, a MSF registou uma taxa de 27,4% de desnutrição crítica global e 7,1% de desnutrição crítica severa em junho, embora a comunidade naquela região tenha sido relativamente poupada da violência e do deslocamento forçado.

Para a organização, estas taxas indicam “uma emergência crítica”, lembrando que o atual plano de resposta humanitária da ONU para a Nigéria “concentra-se na situação na região nordeste do país, excluindo o noroeste”.

“Ao contrário da MSF, que não é financiada pelo plano de resposta humanitária, muitas organizações estão atualmente incapazes de responder às necessidades críticas no noroeste porque dependem do financiamento”, alertou ainda a organização no comunicado.

Também Froukje Pelsma, chefe da missão de MSF na Nigéria, realçou que “é necessário ir além das discussões” e incluir o noroeste da Nigéria no próximo plano de resposta humanitária para 2023, de forma a “mobilizar recursos para salvar vidas”.

LUSA/HN

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