“Novas estratégias de corticoterapia em doenças autoimunes” é o tema de uma das mesas-redondas do 28.º Congresso Nacional de Medicina Interna da SPMI.

Como primeiro ponto deste debate, José Delgado Alves abordou a “Corticoterapia na Artrite reumatoide”, revelando que “a corticoterapia, apesar de todas as controvérsias que a rodeia, continua a ser uma das opções terapêuticas mais utilizadas num espectro muito amplo de doenças”. Acrescentou, ainda, que a sua apresentação procurou fazer o ponto de situação do uso dos corticoides em doentes com artrite reumatoide procurando, fundamentalmente, reforçar alguns dos aspetos mais importantes desta opção terapêutica, tendo sempre em conta os diferentes fármacos desta classe.

“Em primeiro lugar, apontar a importância da corticoterapia nos quadros iniciais, como ponte de alívio clínico antes do início de ação dos DMARDs; em segundo, reforçar a importância da utilização de formas terapêuticas e vias de administração específicas em doentes particulares (nomeadamente a utilização intra-articular); em terceiro lugar, reforçar o uso dos corticoides, principalmente no que diz respeito à segurança quando comparados com AINEs ou mesmo com alguns tipos de analgésicos em situações agudas ou exacerbações que se prevê serem limitadas no tempo; e, finalmente, não deixar de resumir as consequências da corticoterapia de longa duração, sublinhando que alguns dos nossos receios no passado podem não ser justificados enquanto outros podem pelo contrário ser mais relevantes.

Também Carlos Vasconcelos, orador do tema “Corticoterapia no Lupus Eritematoso Sistémico”, é de opinião de que “os corticóides são um velho medicamento, muito úteis em casos agudos em risco de vida, mas igualmente capazes de muitos e perigosos efeitos laterais, por isso é importante rever o assunto para todos pugnarmos por uma adequada prescrição”. O bom senso clínico e cultura médica atualizada serão suficientes para uma utilização adequada dos corticoides.

Prevê, ainda, que este seja um grande congresso, com novidades científicas e importantes revisões, e uma reunião de internistas portugueses e jovens candidatos, onde serão discutidos projetos para o futuro.

28º CNMI/HN