“Há um número crescente de pacientes recém-diagnosticados e muitos chegam de toda a região (Tigray) com complicações”, explicou o Hospital de Referência Ayder, num documento divulgado ontem pela imprensa local.
O documento lamenta que o hospital está impossibilitado de fornecer insulina, hipoglicemiantes ou serviços de diálise.
Segundo o hospital, pelo menos 26.770 pessoas com diabetes vivem em Tigray, das quais cerca de 16.420 são “totalmente dependentes” de insulina.
“Pedimos à Associação Etíope de Diabetes (EDA, na sigla em inglês) que solicite o envio de suprimentos por qualquer meio possível (…), incluindo transporte aéreo, para cuidar das pessoas neste cenário devastador”, lê-se no documento.
No final de setembro, a Comissão de Peritos da ONU em Direitos Humanos na Etiópia acusou o governo federal etíope de dificultar a ajuda humanitária para a região de Tigray, bem como de “usar a fome como estratégia de guerra”, uma acusação que Adis Abeba negou.
Em seguida, a Comissão de Peritos pediu ao governo federal “que restaure o acesso humanitário total e irrestrito, enquanto os rebeldes de Tigray devem garantir que as agências humanitárias trabalhem sem impedimentos”.
A guerra começou em 04 de novembro de 2020, quando o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, ordenou uma ofensiva contra a Frente Popular de Libertação de Tigray (TPLF, na sigla em inglês) em resposta a um ataque a uma base militar federal e após uma escalada de tensão política.
Milhares de pessoas morreram e cerca de dois milhões foram forçados a fugir das suas casas devido à violência.
Após uma intensa retomada das hostilidades em 24 de agosto, tanto a TPLF, partido que governava a região antes do conflito armado, como o executivo federal concordaram esta semana em participar em negociações de paz lideradas pela União Africana (UA).
LUSA/HN
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