ONG e Kampala lançam campanha para conter surto de ébola que já fez 10 mortos confirmados

10 de Outubro 2022

O Comité Internacional de Resgate (IRC) e o Ministério da Saúde do Uganda lançaram uma campanha de sensibilização para prevenir o alastramento do surto de Ébola, que fez 10 mortes confirmadas no país, anunciou esta segunda-feira a organização.

“Estamos preocupados com o impacto que a propagação do vírus pode ter e, portanto, unimo-nos às autoridades de saúde para aumentar a consciencialização, especialmente dos trabalhadores da linha de frente que estão mais expostos ao vírus”, disse Elijah Okeyo, diretor do IRC no Uganda, citado num comunicado da organização.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o surto de Ébola declarado no Uganda em 20 de setembro já fez 10 mortes confirmadas, havendo ainda 20 óbitos cuja causa provável é aquela doença.

“Essas vinte mortes são de pessoas que tinham tido contacto com doentes de Ébola ou que apresentavam alguns dos seus sintomas, mas que morreram antes” de realizarem testes que confirmassem a presença do vírus, explicou no final da semana passada o representante da OMS para o Uganda, Yonas Tegegn, em conferência de imprensa virtual.

Na ocasião, o responsável deu ainda conta de 44 casos confirmados de Ébola.

No comunicado de hoje, o IRC considera “imperativo” que se apliquem as lições retiradas de outros surtos anteriores para parar a propagação do Ébola no Uganda e para lá das suas fronteiras.

Manifestando solidariedade com as comunidades afetadas e apelando a uma ação imediata e ao financiamento para as agências humanitárias que estão no terreno a tentar prevenir o alastramento da doença, o IRC diz estar a reforçar os centros de saúde por si apoiados no Uganda para aumentar o estado de preparação para um surto potencialmente mais vasto.

A organização, sediada em Nova Iorque e criada em 1933 em resposta a um apelo de Albert Einstein, recorda no comunicado ter uma extensa experiência na prevenção e controlo da infeção pelo vírus do Ébola.

Em 2019 respondeu ao surto no Uganda e desde 2018 esteve envolvido no combate a vários surtos na República Democrática do Congo, além de ter trabalhado para conter o surto de 2014-2016 na Libéria e Serra Leoa, lembra a organização.

As autoridades ugandesas anunciaram em 23 de setembro a morte de um homem de 24 anos por Ébola na região central de Mubende, a primeira desde 2019.

O surto atual é causado por uma estirpe para a qual não há ainda vacina.

O Uganda já registou anteriormente surtos de Ébola, uma doença que matou milhares de pessoas em toda a África desde a descoberta em 1976 na vizinha República Democrática do Congo.

A transmissão humana é através de fluidos corporais, sendo os principais sintomas febre, vómitos, hemorragias e diarreias.

As pessoas infetadas só se tornam contagiosas após o início dos sintomas, após um período de incubação que varia de dois a 21 dias.

A doença tem seis estirpes diferentes, três das quais (Bundibugyo, Sudão, Zaire) já causaram grandes epidemias.

LUSA/HN

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