Situação profissional condiciona o bem-estar em vários municípios portugueses

4 de Novembro 2022

Um estudo sobre a qualidade de vida nos municípios portugueses, apresentado esta quinta-feira em Coimbra, revela que cerca de 30% dos inquiridos em 20 concelhos não estão satisfeitos ao nível da profissão.

“Quanto à situação profissional, 29,7% dizem estar insatisfeitos ou muito insatisfeitos”, afirmou à agência Lusa o autor do estudo, Miguel Pereira Lopes, professor de Psicologia Aplicada na Universidade de Lisboa.

Se aquelas pessoas não estão contentes com a situação no emprego, tal significa que “o seu bem-estar também não deve estar muito bem”, sublinhou.

Miguel Lopes é presidente da mesa da assembleia geral do Instituto de Tecnologia Comportamental (INTEC), entidade organizadora de um programa que, além da apresentação do estudo “A qualidade de vida nos melhores municípios para viver”, incluiu uma gala com as autarquias premiadas e o lançamento da futura Rede Nacional de Municípios com Qualidade de Vida.

Com o trabalho desenvolvido junto de 20 dos 208 municípios portugueses, com a participação de 4.000 inquiridos, o INTEC pretendeu “perceber o que mais explica o bem-estar ou o mal-estar” dos residentes.

Para melhorarem as políticas em vigor, os responsáveis da gestão local precisam de saber “o que mais influencia o bem-estar e a satisfação das pessoas com a vida”, enfatizou o investigador.

Segundo os resultados do inquérito, o grau de satisfação dos cidadãos com a atual situação profissional é o fator que mais influencia o bem-estar relatado.

De seguida, em segundo e terceiro lugares, respetivamente, surgem a qualidade da habitação e a economia do concelho, comparada com o resto do país, como outras das dimensões que mais pesam naquela avaliação.

O autarca Nuno Moita, que interveio na cerimónia de abertura em representação do conselho diretivo da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), disse à Lusa que o programa do INTEC permitiu “dar conta das melhores práticas dos municípios em várias áreas”.

“A ANMP valoriza esta iniciativa”, acrescentou, ao realçar a importância do poder local “no governo de um país, em áreas tão díspares como a sustentabilidade ambiental, a educação, a cultura, o turismo e a saúde”.

Para o também presidente da Câmara de Condeixa-a-Nova, no distrito de Coimbra, os municípios “são o garante da proximidade e fazem coisas verdadeiramente inovadoras”.

A cada uma das 20 autarquias envolvidas no estudo, o INTEC, uma instituição sem fins lucrativos, “entrega um relatório personalizado” dos níveis locais de bem-estar, além de realizar uma reunião com cada um deles.

“Esta é uma ferramenta que permite aos municípios avaliarem a eficácia das suas políticas em diferentes domínios”, acentuou Miguel Lopes, coordenador da investigação.

Realizado no Colégio da Trindade, da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC), o programa resultou de uma parceria do INTEC com a FDUC e o Jornal de Notícias, cujos responsáveis intervieram também na abertura dos trabalhos.

LUSA/HN

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