Médicos portugueses em Cabo Verde para dar formação em cuidados paliativos

5 de Novembro 2022

Treze especialistas da Iniciativa Médica 3M (IM3M) vão dar formação, entre 22 e 29 de janeiro de 2023, na cidade da Praia, em Cabo Verde, em cuidados paliativos a 100 profissionais, revelou hoje à Lusa o médico Hugo Ribeiro

Depois de em novembro de 2021 terem estado em Maputo, em Moçambique, a dar formação a 40 clínicos e a ajudar a desenhar uma rede de cuidados paliativos e unidades de dor que possam responder às necessidades daquele país africano, a equipa de especialistas vai dar resposta ao convite feito pelo Ministro da Saúde de Cabo Verde, ainda no ano passado, disse.

“Somos um grupo de amigos sem fins lucrativos e só agora foi possível ter financiamento para as 13 pessoas, que vão dar formação em regime pro bono, poderem viajam”, relatou o médico de Vila Nova de Gaia, explicando que a “solução [de financiamento] veio das formações feitas na área da Geriatria, da Dor e dos Cuidados Paliativos, tendo alocado algum desse financiamento para projetos sociais”.

Segundo o médico, a formação vai decorrer num hospital da cidade da Praia, na ilha de Santiago, a convite da diretora do Plano Nacional de Cuidados Paliativos de Cabo Verde e do ministro da Saúde.

“Não vamos só dar formação básica a 100 profissionais como também participaremos em algumas ações de cuidados de proximidade a doentes que estejam internados com situações complexas e que os colegas tenham identificado como necessitando da nossa consultadoria”, assinalou.

Na viagem ao arquipélago há também, disse, “a perspetiva, juntamente com o Ministério da Saúde, de os ajudar a construir a rede de cuidados paliativos, de acordo com os recursos que têm”.

Confirmando que vão manter a “abordagem teórico-prática” posta em prática em Moçambique, em 2021, Hugo Ribeiro revelou que a atual equipa será ainda “mais multidisciplinar”, pois integra “um psicólogo, um advogado, duas enfermeiras e uma pediatra para os cuidados paliativos pediátricos”.

“Esperamos em Cabo Verde otimizar as pontes, pois queremos ser um elo de ligação não só para as academias, neste caso de Coimbra, de Maputo e de Cabo Verde, mas também para quem está no terreno, ajudando-os de variadas formas e aprendendo com eles na área das doenças infecciosas”, afirmou o especialista.

Acreditando que a experiência vivida em Moçambique possa fazer com que a formação em Cabo Verde “possa sair beneficiada”, é no recurso às tecnologias da informação que Hugo Ribeiro deposita a maior esperança nas formações agendadas para janeiro.

“O ministério abriu a possibilidade de haver transmissões via ‘streaming’ das nossas formações, assim podendo chegar a médicos de todo o arquipélago. Ou seja, o universo será bem mais do que os 100 inscritos”, elogiou o clínico.

NR/HN/LUSA

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