Médicos “exigem” pedido de desculpas do vice-presidente do Governo dos Açores

23 de Novembro 2022

Os médicos do Serviço Regional de Saúde dos Açores (SRS) “exigem” um pedido de desculpa do vice-presidente do Governo Regional para que se possa negociar, disse Margarida Moura, da Ordem.

“Os médicos exigem um pedido de desculpa. Houve uma ofensa aos médicos”, declarou aos jornalistas no final do encontro, na terça-feira à noite, em Ponta Delgada, a responsável nos Açores pela Ordem dos Médicos, que se reuniu em plenário com médicos de várias ilhas.

Médicos dos três hospitais públicos da região manifestaram, em abaixo-assinado enviado ao presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, ao seu vice-presidente, Artur Lima, e ao secretário regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses, a sua indisponibilidade para realizar horas extraordinárias para além do limite legal das 150 horas, o que poderá colocar em causa o serviço de urgência já em dezembro.

Segundo o diário Açoriano Oriental, são 426 os médicos que assinaram o documento, sendo 191 do Hospital Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada.

Em causa estão declarações do vice-presidente do Governo dos Açores, de coligação PSD/CDS-PP/PPM, que, recentemente, afirmou que os médicos “não podem usar o dinheiro como moeda de troca para dispensar” a prestação de cuidados, considerando que tal é uma “violação grosseira” da ética.

Margarida Moura, nas suas declarações no final da reunião, considerou que os profissionais de saúde “são muito importantes no SRS” e que “sem médicos não há sistema de saúde”, sendo que “quem não gosta dos médicos não gosta dos doentes”.

Para Margarida Moura, se “não há um bom ambiente de trabalho e os médicos estão a ser ofendidos e vilipendiados, em última análise quem sofre são os doentes”.

A responsável pela Ordem dos Médicos nos Açores referiu que os médicos vão ser “firmes, mas dialogantes” nas negociações com o Governo Regional, que vão ter lugar na próxima terça-feira, estando presente no encontro José Manuel Bolieiro, líder do executivo açoriano.

Na terça-feira, o vice-presidente do Governo dos Açores, Artur Lima, afirmou que não teve “intenção de ofender os médicos” nas declarações feitas sobre o trabalho extraordinário, após ter sido criticado por PAN, BE e PS no parlamento regional.

“Quem me conhece sabe que um dos meus defeitos é ser frontal. Não tive qualquer intenção de ofender ninguém, muito menos os médicos”, afirmou Artur Lima (CDS-PP), durante o debate sobre o Orçamento para a Saúde em 2023, no plenário da Assembleia Legislativa.

LUSA/HN

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