Hospital de Ponta Delgada assegura que” segurança dos doentes está garantida”

3 de Dezembro 2022

A direção clínica e o conselho de administração do hospital de Ponta Delgada, nos Açores, afirmaram que "a segurança dos doentes está garantida" e que as escalas de urgência "estão asseguradas até 07 de dezembro".

“A direção clínica e o conselho de administração afirmam que a segurança dos doentes está garantida, com esta escala de urgência apresentada, com dois cirurgiões de serviço. Como sempre foi prática neste hospital”, lê-se num esclarecimento enviado pela maior unidade de saúde dos Açores, em resposta a questões da agência Lusa.

Segundo a administração do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), a escala de urgência apresentada é uma “situação que se tem verificado muitas vezes ao fim de semana, em que um cirurgião está em presença física e outro em prevenção”.

Na nota, a direção clínica e o conselho de administração reafirmam ainda que as escalas “estão asseguradas até ao dia 07 de dezembro”, acrescentando que foi esta a informação “transmitida ao presidente do Governo Regional dos Açores”.

O conselho de administração refere também ter sido surpreendido por “uma conferência de imprensa (mais uma) da Ordem dos Médicos” nos Açores, lamentando a situação, que “pode contribuir para lançar o alarme social na população”, depois de já ter sido iniciada uma “jornada de diálogo” encetada pelo presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, com os representantes sindicais dos médicos.

A administração salienta igualmente que foi respeitado o “protocolo negocial” que decorre entre o Governo Regional e os sindicatos médicos, “no estabelecimento de pontes que possam contribuir para a resolução deste diferendo”.

A direção clínica e o conselho de administração do HDES indicam ainda que se mantêm “totalmente disponíveis e abertos ao diálogo” com todos os diretores de serviço e “comprometidos em ultrapassar” a situação, que “infelizmente, também acontece noutros hospitais, de todo o país”.

“Estamos solidários com as reivindicações de melhores condições para todos os que fazem o SRS [Serviço Regional de Saúde], mas cientes de que existimos para o cidadão açoriano. E para melhor servir aqueles que necessitam, que são os doentes”, escrevem.

Quanto às declarações da diretora do serviço de cirurgia geral do HDES, Maria Inês Leite, que apresentou a demissão na quinta-feira, o conselho de administração do Hospital de Ponta Delgada esclarece que o diretor clínico reuniu com a responsável “inúmeras vezes” e “sempre mostrou a maior abertura de colaboração”.

Já depois de ter sido enviado este esclarecimento à Lusa pela unidade de saúde, o Governo Regional anunciou que a presidente da administração do Hospital do Divino Espírito Santo apresentou sexta-feira o pedido de demissão, que foi aceite pelo presidente do Governo dos Açores.

Também na sexta-feira, 21 dos 25 diretores dos serviços do Hospital de Ponta Delgada demitiram-se, segundo disse à Lusa o médico Emanuel Dias, considerando que o presidente do Governo Regional foi “enganado” pela administração sobre as escalas.

De acordo com Emanuel Dias, porta-voz dos diretores de serviços clínicos demissionários, a escala de serviço do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) “não está preenchida e quem está a preenche-la é o atual conselho de administração, que não o tem conseguido”.

Emanuel Dias afirmou que “aquilo que o presidente do Governo dos Açores disse foi falso”, considerando que “foi enganado pelo conselho de administração, porque as escalas não estão completas”.

Na quinta-feira, a responsável nos Açores da Ordem dos Médicos, Margarida Moura, denunciou a falta de condições de assistência aos doentes no Hospital de Ponta Delgada, nomeadamente na cirurgia geral, cuja diretora de serviço apresentou a demissão.

Médicos dos três hospitais públicos da região (Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta) manifestaram, num abaixo-assinado enviado ao presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, ao vice-presidente do executivo, Artur Lima, e ao secretário regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses, a sua indisponibilidade para realizar horas extraordinárias para além do limite legal das 150 horas, o que poderá colocar em causa o serviço de urgência já em dezembro.

Em causa estão declarações do vice-presidente do Governo dos Açores, que já afirmou que não teve “intenção de ofender os médicos” quando falou sobre o trabalho extraordinário, após ter sido criticado por PAN, BE e PS no parlamento regional.

Na quarta-feira, o presidente do Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) confirmou a demissão dos 10 chefes do serviço de urgência do hospital de Ponta Delgada, mas garantiu que “as escalas de urgências dos três hospitais” estão asseguradas na próxima semana.

LUSA/HN

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