O relatório “What works to prevent online violence against children” (“O que resulta para prevenir a violência online contra crianças”) centrou a análise em dois tipos de violência: o abuso sexual infantil, no qual se inclui aliciamento e abuso de imagem sexual, e agressividade/assédio online, expresso através de ‘cyberbullying’, perseguição cibernética, intrusão informática e roubo de identidade.
“Esta estratégia assenta sobre outros programas educativos com sucesso comprovado numa grande variedade de desafios de prevenção relacionados com a juventude, tais como o abuso de substâncias e a delinquência. Este relatório concentra-se mais nesta estratégia, uma vez que tem uma literatura relativamente grande existente e gerou um conhecimento substancial”, pode ler-se no relatório.
De acordo com a OMS, uma ação dos estados no âmbito educacional e de formação evidencia “provas positivas na redução da agressividade online”, embora ainda não seja possível dizer o mesmo em relação à exploração sexual de crianças na Internet.
A agência das Nações Unidas referencia também “fortes provas” da eficácia da aposta em educação na redução da violência e dos riscos relacionados.
Entre outras possíveis estratégias encontra-se a intervenção por via legislativa e policial, que, para a OMS, não apresenta ainda eficácia na prevenção da violência contra crianças na Internet, embora uma maior visibilidade das forças de segurança resulte na prevenção de outros crimes. A mesma conclusão de ineficácia foi apontada a intervenções ao nível de consciencialização social e de serviços de apoio e resposta.
Por outro lado, a implementação de soluções tecnológicas na criação de ambientes digitais seguros – através de avisos sobre pesquisas relacionadas com conteúdos com abusos sexuais de menores – começa igualmente a revelar sinais de que pode ser uma estratégia relevante na prevenção da violência online sobre crianças.
Também o apoio a pais e cuidadores, inserido em programas de prevenção dirigidos tanto a crianças como a adultos, está a ser associado a melhores resultados no combate a estas formas de violência pela Internet.
O relatório realça a importância da formação das crianças e dos jovens em determinadas competências, nomeadamente, assertividade, empatia, resolução de problemas, gestão de emoções e procura de ajuda, etc. Em termos de execução, o sucesso destes projetos é superior quando se recorre a diferentes formatos, como vídeos, jogos, infografias ou debates.
Paralelamente, a OMS defende no documento o peso da educação sexual na redução da agressão física e sexual, em particular encontros e violência de parceiros e intimidação homofóbica. “A eficácia da educação sexual tem sido confirmada em países de todos os níveis de rendimento”, conclui a organização.
LUSA/HN
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