Mais de 10.000 manifestantes protestam em Madrid contra privatização da saúde

17 de Dezembro 2022

Cerca de 10.500 pessoas convocadas pelo Comité de Defesa da Saúde Pública de Madrid (MEDSAP), segundo dados do governo regional, manifestaram-se hoje na capital espanhola para protestar contra a "privatização da saúde" na região.

No protesto, que juntou partidos políticos e diversos sindicatos, os manifestantes gritaram palavras de ordem contra “os cortes e as privatizações”, defendendo “o serviço público de saúde” e culpando o governo regional de Madrid, liderado por Isabel Díaz Ayuso (do Partido Popular), pela situação “precária” do setor.

“A saúde pública que eles (a Comunidade de Madrid) reivindicam não é saúde, nem é pública. Não é saúde porque, na verdade, é um negócio, (…) e não é público porque está parasitado”, argumentou Carmen Esbrí, porta-voz do MEDSAP, citada pelas agências internacionais.

Esbrí explicou que abrir pontos de cuidados continuados “sem profissionais de saúde” é como “abrir um aeroporto sem aviões”.

“Como podemos ter unidades básicas com carências, com poucas equipas? Como seremos capazes de cuidar dos nossos idosos e das nossas crianças?”, questionou a porta-voz sindical.

A resposta do comité de saúde pública de Madrid é investir mais nos cuidados básicos, aplicando até 25% do orçamento para o setor, para contratar mais profissionais de saúde.

A porta-voz do partido regional Más Madrid, Mónica García, criticou a “incapacidade” de Díaz Ayuso para “chegar a soluções”, a quem acusa de não ser capaz de dialogar com os profissionais de saúde e de ignorar as reais necessidades do setor.

“Dizemos à senhora Ayuso o que temos dito há meses: não se brinca com a saúde. Os médicos estão a proteger-nos. O que o governo da Comunidade de Madrid tem de fazer é, basicamente, sentar-se com os médicos da mesma forma e com a mesma desenvoltura com que se senta com os fundos de investimento”, disse García.

A porta-voz da secção de Madrid do movimento Unidas Podemos, Alejandra Jacinto, pediu a Ayuso para parar de “torturar” médicos e pediatras, acusando-a de “manifestar arrogância” na forma como aprova os orçamentos regionais.

NR/HN/LUSA

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