Pandemia afetou mais as condições materiais do que a qualidade de vida

26 de Dezembro 2022

A pandemia de Covid-19 diminuiu o bem-estar da população em 2020, mas afetou mais as condições materiais do que a qualidade de vida, de acordo com a análise do Instituto Nacional de Estatística (INE) hoje divulgada.

“Comparando a evolução das duas grandes perspetivas do Bem-estar, verifica-se que foram as Condições Materiais de Vida que apresentaram o maior decréscimo em 2020, tendo recuperado ligeiramente em 2021, contrariamente ao que sucedeu com a perspetiva da Qualidade de Vida que não recuperou em 2021”, destacou o INE.

Os dados preliminares de 2021 apontam para a manutenção do valor do Índice de Bem-estar (IBE) do ano anterior. Entre 2004 e 2020, o IBE passou de 20,9 para 45,8, uma evolução que o INE atribuiu sobretudo aos “progressos verificados nas condições materiais de vida”, embora a evolução da qualidade de vida também tenha sido globalmente positiva.

Em 2020, todos os índices associados às condições materiais de vida desceram. O de bem-estar económico foi o que apresentou a evolução mais negativa, “mas também é o que se estima ter mais recuperado em 2021”. A vulnerabilidade económica foi o único domínio que não recuperou em 2021.

Relativamente à qualidade de vida, em 2020 baixaram apenas os índices da educação, participação cívica e governação e relações sociais e bem-estar subjetivo, de acordo com as categorias analisadas pelo INE.

“A análise da evolução, entre 2019 e 2020, por indicador, permite identificar os cinco mais afetados pela pandemia COVID-19. Por ordem e a grande distância dos restantes indicadores, está o índice de consumos culturais, a taxa de intensidade de pobreza, a taxa de risco de pobreza, a desigualdade na distribuição do rendimento e o índice de participação em atividades públicas”, lê-se no relatório disponibilizado pelo instituto.

Segundo a mesma fonte, o índice da perspetiva da qualidade de vida apresentou uma tendência positiva até 2016, tendo mantido a partir desse ano valores “aproximadamente constantes”.

O índice que explica a evolução das condições materiais de vida registou uma evolução negativa no período 2010-2013, atingindo um valor mínimo em 2013. A partir desse ano cresceu até 2019, tendo sofrido um decréscimo em 2020.

LUSA/HN

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