Estudo indica que maioria dos europeus interessa-se pela ciência porque permite o progresso

4 de Janeiro 2023

A maioria dos europeus interessa-se por ciência, que considera ser o conhecimento mais objetivo, verdadeiro e válido porque, além de revelar aspetos fascinantes da natureza e reduzir superstições, leva ao progresso material, bem-estar e avanços na saúde.

Embora os cientistas sejam, juntamente com os médicos, os profissionais que mais confiança social suscitam, os cidadãos demonstram um notável desconhecimento de algumas das grandes figuras históricas da ciência.

Estes são alguns dos principais resultados de um estudo da Fundação BBVA sobre cultura científica na Europa, realizado em Espanha, Alemanha, França e Reino Unido, que se baseou em inquéritos a 1.500 adultos por país.

O estudo revela que a maioria da população interessa-se por ciência e acompanha as informações científicas através de canais convencionais e digitais, e que quase metade da população fala sobre ciência nas suas conversas do dia-a-dia.

Em países como a Alemanha, de resto, os cidadãos atingiram um grau de familiaridade alto ou médio-alto, como no caso da Espanha, França e Reino Unido, e manuseiam uma ampla gama de conceitos científicos.

A maioria dos cidadãos entende conceitos científicos elementares sobre diversos tópicos como a divisão celular e a origem do universo ou a evolução dos seres humanos, e mostra um nível muito mais fraco de compreensão de antibióticos, alterações climáticas, genes ou modificação genética.

Assim, 67% dos espanhóis e 74% dos países como um todo, atribuem grande ou considerável importância ao fato de uma teoria ser publicada numa revista científica, mas, ao mesmo tempo, quase metade dos inquiridos considera que algo é muito importante quando é relatado num jornal ou na televisão.

Os europeus conhecem o nome de alguns dos grandes cientistas, especialmente da física, como Albert Einstein, Isaac Newton, Marie Curie ou Galileu Galilei.

A bastante distância destes cientistas, segue-se Charles Darwin, que atinge uma percentagem significativa de menções em todos os países.

No Reino Unido e na Espanha, Stephen Hawking também é muito mencionado, naquele que é talvez o cientista com mais presença nos ‘media’ nas últimas décadas.

No entanto, grande parte da população desconhece figuras monumentais do século XX como Max Planck, Niels Bohr, Francis Crick e James Watson.

Marie Curie é a única mulher com alto percentual de menções em todos os países, sendo que na Alemanha aparecem mais duas mulheres atrás de Curie, Maria Goeppert-Mayer (segunda mulher agraciada com o Prémio Nobel de Física) e a matemática Emmy Noether, enquanto no Reino Unido, os cidadãos também reconhecem Ada Lovelace.

Os entrevistados valorizam muito a ciência porque esta “revela aspetos fascinantes da natureza”, porque é “o conhecimento mais confiável e verdadeiro” ou porque “reduz superstições e medos do passado”.

Os europeus deixaram para trás conceitos de décadas passadas como: “estaríamos melhor a viver sem tanta ciência e tecnologia” ou “a ciência destrói os valores morais das pessoas”.

Pelo contrário, depositaram grandes expectativas no contributo da ciência para o tratamento do cancro (76% espanhol e 79% nos outros três países) e para ajudar a prolongar a vida e a saúde das pessoas, e a obter fontes de energia limpa e abundante.

Sobre o controlo da investigação científica, há divisão entre os países alvo do estudo, com o Reino Unido e Espanha a acreditar que esta deve ser controlada por cientistas, enquanto na Alemanha, preferem que seja controlada pela sociedade.

Mas a maioria acredita que a ética deve impor limites aos avanços científicos (72% em todos os países).

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

ULS de Braga celebra protocolo com Fundação Infantil Ronald McDonald

A ULS de Braga e a Fundação Infantil Ronald McDonald assinaram ontem um protocolo de colaboração com o objetivo dar início à oferta de Kits de Acolhimento Hospitalar da Fundação Infantil Ronald McDonald aos pais e acompanhantes de crianças internadas nos serviços do Hospital de Braga.

DE-SNS mantém silêncio perante ultimato da ministra

Após o Jornal Expresso ter noticiado que Ana Paula Martins deu 60 dias à Direção Executiva do SNS (DE-SNS) para entregar um relatório sobre as mudanças em curso, o HealthNews esclareceu junto do Ministério da Saúde algumas dúvidas sobre o despacho emitido esta semana. A Direção Executiva, para já, não faz comentários.

FNAM lança aviso a tutela: “Não queremos jogos de bastidores nem negociatas obscuras”

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) disse esta sexta-feira esperar que, na próxima reunião com o Ministério da Saúde, “haja abertura para celebrar um protocolo negocial”. Em declarações ao HealthNews, Joana Bordalo e Sá deixou um alerta à ministra: ” Não queremos jogos de bastidores na mesa negocial. Não queremos negociatas obscuras.”

SNE saúda pedido de relatório sobre mudanças implementadas na Saúde

O Sindicato Nacional dos Enfermeiros (SNE) afirmou, esta sexta-feira, que vê com “bons olhos” o despacho, emitido pela ministra da Saúde, que solicita à Direção-Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) um relatório do estado atual das mudanças implementadas desde o início de atividade da entidade.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights