Investigadores alertam que alergias não controladas têm impacto negativo no estudo

6 de Janeiro 2023

Um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) concluiu que não controlar os sintomas de rinite alérgica cria um impacto negativo no desempenho académico em jovens entre os 13 e os 29 anos, foi esta sexta-feira divulgado.

Dados disponibilizados pela FMUP à agência Lusa revelam que “os investigadores estimaram o impacto do controlo da rinite alérgica no desempenho académico diário reportado por cada doente, bem como a perda semanal de horas de estudo ou de atividades escolares devido a doença alérgica”.

O estudo foi levado a cabo junto de 2.000 pacientes de 27 países, através dos registos efetuados por cada jovem numa aplicação de saúde móvel de monitorização da rinite alérgica e asma, a ‘MASK-air’.

Nas conclusões do estudo lê-se que “os sintomas nasais foram o principal conjunto de sintomas associados ao comprometimento do desempenho académico”.

“Este estudo reforça, sobretudo, a importância que um bom controlo da rinite representa para os estudantes, bem como a necessidade de informar melhor os pacientes sobre os tratamentos disponíveis mais eficazes para combater os sintomas”, destacou o professor e investigador da FMUP, Bernardo Sousa-Pinto, citado na informação enviada à Lusa.

Os investigadores concluíram que mais de um terço dos participantes perdeu, pelo menos, uma hora por semana de estudo ou de atividades escolares devido a doença alérgica.

Por outro lado, os dados também sugerem que a imunoterapia está associada a um menor impacto dos sintomas de rinite no desempenho académico diário.

Em causa está uma patologia, a rinite alérgica, que atinge mais de 400 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Pode, também, afetar até um terço da população entre os 13 e os 14 anos de idade.

Os sintomas são espirros, nariz entupido e corrimento nasal.

“São sintomas que afetam não só a qualidade de vida, como também prejudicam o desempenho profissional e académico dos doentes”, sublinhou Rafael José Vieira, outro dos autores do estudo.

Esta investigação foi publicada no Journal of Allergy and Clinical Immunology: In Practice, uma publicação oficial da Academia Americana de Alergia, Asma e Imunologia.

LUSA/HN

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