Menos casos de urgência por gripe e infeções respiratórias

6 de Janeiro 2023

Os episódios de urgência hospitalar por síndrome gripal e infeções respiratórias diminuíram, mas os casos de gripe com necessidade de internamento apresentaram uma tendência crescente na semana passada, indica o Relatório de Resposta Sazonal em Saúde divulgado esta sexta-feira.

O relatório da Direção-Geral da Saúde, relativo à semana de 26 de dezembro a 01 de janeiro, regista um aumento de 5,1% dos episódios de urgências por todas as causas (124.021 episódios) relativamente a semana anterior, mas uma redução da proporção dos casos por síndrome gripal (0,8%; -0,1 pontos percentuais face à semana anterior) e por infeção respiratória (10,7%; -0,4 pontos percentuais).

“Quando comparado com as épocas de atividade gripal anteriores, observou-se um aumento mais precoce do número de episódios de urgência por síndrome gripal, no entanto, ainda inferior ao verificado nas épocas anteriores a 2020”, refere o Relatório de Resposta Sazonal em Saúde – Vigilância e Monitorização.

O maior número de casos de urgência por gripe foi em pessoas com idades entre os 19 e os 59 anos (41,8%), seguidas por pessoas com 65 ou mais anos (28,1%), referem os dados, apontando um aumento dos casos por síndrome gripal que necessitaram de internamento (13,1%; + 0,4 pontos percentuais comparando com a semana anterior).

A proporção de doentes com gripe em unidades de cuidados intensivos (UCI) aumentou ligeiramente (1,1%), sendo que desde o início da época a maioria dos doentes tinha mais de 65 anos (55,8%) e a maior parte (81,4%) com doença crónica subjacente.

No dia 01 de janeiro foram reportados 354 casos de pessoas internadas com covid-19 (-4% em relação à semana anterior), dos quais 35 estavam em UCI (-24%), refere o relatório, adiantando que este valor corresponde a 13,7% do nível de alerta de 255 camas de UCI ocupadas.

O relatório observa ainda “uma possível tendência decrescente” do número de internamentos em enfermaria por Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em menores de dois anos.

A mortalidade geral “esteve dentro do esperado para a época do ano” e a mortalidade específica por covid-19 apresentou uma tendência decrescente, abaixo do limiar recomendado pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC, sigla em inglês), adianta o relatório.

Segundo os dados, a cobertura vacinal contra a gripe (74%) encontra-se próxima da recomendada pelo ECDC e pela Organização Mundial da Saúde (75%) para os grupos etários com 65 ou mais anos.

“Foi reportada uma atividade epidémica da gripe com tendência estável. Desde o início da época, verificou-se um predomínio do subtipo A(H3) (89,5%), associado a maior gravidade nas populações mais vulneráveis. Foi também identificado o subtipo A(H1)pdm09 (9,8%)”, sublinha.

A notificação de casos de infeção por SARS-CoV-2, o coronavírus que provoca a doença covid-19, apresentou uma tendência decrescente e, segundo o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, a variante Omicron BA.5 manteve-se dominante, com aumento da prevalência da sublinhagem BQ.1.

Também foi observada uma diminuição do número de consultas nos centros de saúde face à semana anterior e um ligeiro aumento da proporção de consultas por síndrome gripal, refere a DGS, ressalvando que estes valores devem ser interpretados considerando a ocorrência de tolerância de ponto.

“O aumento da atividade gripal nos grupos etários mais velhos sustenta o reforço da comunicação da necessidade de adoção de medidas de proteção individual pela população e, em particular, com grupos mais vulneráveis”, recomenda a DGS.

LUSA/HN

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