Covid-19: Estudo internacional reforça necessidade de vacinar grávidas

24 de Janeiro 2023

Um estudo internacional mostrou que as grávidas têm um risco maior de complicações quando infetadas pela variante Ómicron do SARS-CoV-2 e que a vacinação, sobretudo com as doses de reforço, é altamente eficaz na proteção.

O projeto INTERCOVID 2022, coordenado a partir da Universidade de Oxford (Reino Unido) e divulgado na revista científica The Lancet, decorreu em 41 hospitais de 18 países e visava avaliar o impacto da variante Ómicron do vírus que causa a covid-19 durante a gravidez.

Os resultados reforçam o que já se sabia desde abril de 2021, quando foi confirmado que o risco de complicações aumentava em gestantes infetadas com o SARS-CoV-2, embora também forneça provas com dados de infetadas com Ómicron e sobre a eficácia da vacinação contra esta variante, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.

Os investigadores estudaram 1.545 grávidas diagnosticadas com covid e 3.073 sem a infeção, entre novembro de 2021 e junho de 2022, quando a Ómicron era predominante.

Os resultados mostraram que, durante a gestação, a variante Ómicron estava associada a um aumento de complicações e de internamentos hospitalares, quer devido a sintomas da covid, como dificuldades respiratórias, quer por efeitos na gravidez.

Os sintomas graves foram registados em entre 4% e 7% das mulheres não vacinadas e diagnosticadas com a variante Ómicron, sendo mais graves em mulheres obesas ou com peso a mais.

Entre as mulheres com sintomatologia grave aumentou o risco de parto prematuro e de pré-eclampsia, que é a pressão alta durante a gravidez o que pode causar problemas sérios à gestante e ao bebé.

Os investigadores observaram ainda que a vacinação oferecia alta proteção contra sintomas graves de covid-19 e contra complicações durante a gravidez.

No caso da vacinação primária (duas doses), a eficácia foi de 74%, atingindo os 91% nos casos em que as mulheres tinham recebido uma dose de reforço.

Assim, este estudo apoia a recomendação de vacinação com doses de reforço para todas as gestantes, o que é indicado a qualquer momento durante a gravidez, desde que tenham passado 10 meses desde a última injeção, indicou Nerea Maiz, especialista do serviço de Obstetrícia do Hospital de Vall d´Hebron de Barcelona, que participou no estudo.

Em relação a efeitos secundários da vacinação, não foram observados na mãe ou no feto ou recém-nascido, incluindo nos casos em que se tomava a vacina durante a gravidez.

LUSA/HN

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