Enfermeiros do hospital de Viseu mantêm greve

23 de Fevereiro 2023

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) confirmou hoje à agência Lusa que os profissionais afetos ao Centro Hospitalar Tondela-Viseu (CHTV) mantêm a greve para sexta-feira, uma vez que o conselho de administração da unidade mantém a posição que tem assumido sobre determinadas reivindicações.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) confirmou hoje à agência Lusa que os profissionais afetos ao Centro Hospitalar Tondela-Viseu (CHTV) mantêm a greve para sexta-feira, uma vez que o conselho de administração da unidade mantém a posição que tem assumido sobre determinadas reivindicações.

“Reunimos com o conselho de administração, melhor, com o enfermeiro diretor e dois assessores dele, e, apesar de haver diálogo, o conselho de administração mantém exatamente a mesma posição”, adiantou o representante do Centro.

Alfredo Gomes contou que “não há evolução nenhuma nas situações que o sindicato identificou e que estão por resolver, porque a posição é a mesma desde a reunião de 13 de janeiro”.

“Houve uma ou outra situação que foi ultrapassada, como já tínhamos assumido na greve do dia 03 de fevereiro, mas não há nada mais e, por isso, os enfermeiros decidiram manter a greve que já estava convocada para sexta-feira”, acrescentou.

O responsável pela região Centro do SEP explicou à agência Lusa que, depois da greve e manifestação dos enfermeiros no dia 03 de fevereiro, tinha “alguma esperança” nos resultados da nova reunião com o conselho de administração do CHTV.

“Pensei que pudesse haver, por parte do conselho de administração, alguma abertura para assumir mais compromissos do que tinha sido até ali e, no pedido da reunião, a ordem de trabalhos era mesmo fazer um ponto de situação no sentido de saber se havia evolução no assumir de compromissos”, esclareceu.

E o que “foi transmitido era que mantinham exatamente a mesma posição que tinham na reunião de 13 de janeiro e, por isso, não havendo qualquer evolução, manteve-se a greve”.

Entre as reivindicações destes profissionais, “que são uma série delas”, o sindicalista destacou o facto de “os enfermeiros que tiveram contratos em instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e, porque eram precários, não lhes estarem a ser atribuídos pontos [relativos] a esse período – portanto, não progridem”.

“São enfermeiros que reuniram condições para progredirem em janeiro de 2018 e Ministério da Saúde (MS) só quer reposicioná-los e pagar a partir de janeiro de 2022, são enfermeiros que passaram para especialistas e não estão a contar pontos para trás”, acrescentou.

Este responsável do SEP afirmou que “são uma série de problemas que, pela lei do Orçamento do Estado de 2018, já deviam estar resolvidos” e, depois do próprio MS e do Governo emitirem dois diplomas, “não os resolvem e ainda criam mais”.

Entre as “poucas evoluções” que o sindicato sentiu por parte do conselho de administração do CHTV, entre 13 de janeiro e 03 de fevereiro, está “a contagem de pontos em alguns tipos de contrato que não estavam a contar e agora contam”.

“Mas é um número insignificante. É uma evolução, mas é insignificante”, assumiu Alfredo Gomes que também lembrou que “valorizaram a uns e não a outros” e “não há explicação” para isso.

NR/HNLUSA

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Chamadas de telemóvel associadas a um maior risco de hipertensão arterial

Advertisement

Falar ao telemóvel durante 30 minutos ou mais por semana está associado a um aumento de 12% do risco de hipertensão arterial em comparação com menos de 30 minutos, de acordo com um estudo publicado no European Heart Journal – Digital Health, uma revista da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC)

Traumas na infância podem provocar insónia nos adultos?

Advertisement

Investigação demonstrou que experiências adversas na infância resultam em formas mais disfuncionais de lidar com a vergonha e aumentam a gravidade dos casos de insónia na idade adulta, embora estas duas variáveis não surjam associadas.

Manuel Delgado: O SNS está a resvalar muito rapidamente para o precipício

Advertisement

Em entrevista exclusiva ao nosso jornal, Manuel Delgado, ex-Secretário de Estado da Saúde do XXI Governo Constitucional, entre 2015 e 2017 e Professor Auxiliar convidado da ENSP/Universidade Nova de Lisboa para as áreas da Políticas de Saúde e Gestão de Serviços de Saúde, aponta os principais desafios que o SNS enfrenta e os que irá enfrentar no futuro.

Mário Macedo: “Enfermeiros Unidos” por uma Enfermagem com Voz

Advertisement

Mário André Macedo, Enfermeiro Especialista em Saúde Infantil e Pediátrica e principal rosto do Movimento “Enfermeiros unidos”, considera inconcebível o constante afastamento dos enfermeiros dos locais de reflexão, planeamento e decisão em saúde. Pondera vir a candidatar-se a Bastonário da Ordem dos Enfermeiros à qual aponta a responsabilidade de nos últimos anos  ter perdido o seu foco e uma visão estruturada para a profissão.

Entre a idade dos ‘porquês’ e o tempo da revolta: Como lidar com a DII em crianças e jovens?

Advertisement

Viver com uma doença para o resto da vida não é fácil quando o diagnóstico é feito em plena infância ou adolescência. Um cenário que pode ser ainda agravado quando se está perante uma doença com inúmeros estigmas, como a Doença Inflamatória do Intestino. Ter a necessidade de ir, vezes sem conta, à casa de banho pode fazer com que muitas crianças e jovens tenham sentimentos de revolta e vergonha. Atendendo a esta realidade, e de forma a desmistificar algumas destas patologias, a Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino (APDI) promoveu no passado dia 16 de maio uma discussão sobre o tema.

MAIS LIDAS

Share This