“Pela primeira vez há consulta de asma num hospital da Guiné-Bissau e é aqui no Simão Mendes”, declarou à Lusa Ibrahim Silva Danso, clínico geral formado na China e que há um ano trabalha no principal hospital do país.
Ao regressar ao país, após um período de estágio no Brasil, Danso foi convidado pela direção do Simão Mendes a assumir a nova unidade de consulta de asma que até aqui não existia na Guiné-Bissau.
Normalmente, os pacientes guineenses com asma deslocavam-se até Ziguinchor ou Dacar, no Senegal, ou a Portugal para tratarem a doença.
Desde finais de dezembro que uma equipa, coordenada por Ibrahim Danso, em colaboração com a organização não-governamental espanhola Aida (Ajuda, Intercâmbio e Desenvolvimento), realiza às terças-feiras consultas de asma no Simão Mendes.
O médico responsável pelas consultas lembra que no primeiro dia que a iniciativa foi lançada apenas compareceu um doente: “Talvez porque ninguém acreditava que era verdade”, disse.
“Na semana a seguir já tivemos 25 pacientes”, observou Ibrahim Danso.
O doente, referiu ainda o médico, apenas paga mil francos cfa (cerca de 1,5 euros) e recebe gratuitamente os medicamentos disponibilizados pela Aida, que colabora com o Simão Mendes.
A consulta é feita apenas para doentes adultos, uma vez que ainda não existe no Simão Mendes um protocolo para o tratamento de crianças asmáticas, acrescentou Ibraim Danso.
“O hospital está a pensar criar um serviço de consulta para crianças com asma a partir da existência de um protocolo”, sublinhou o médico.
De acordo com Ibrahim Danço, a Guiné-Bissau “tem muitos doentes de asma”.
O clínico observou ainda que nas consultas que tem estado a liderar têm comparecido mais doentes de Bissau do que os do interior do país.
“Talvez porque ainda não sabem que já é possível fazer consulta de asma” no Simão Mendes, afirmou.
LUSA/HN
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