Milhares protestam em Londres em apoio às greves no setor da saúde

11 de Março 2023

Milhares de manifestantes marcharam hoje em Londres até à residência oficial do primeiro-ministro em apoio aos trabalhadores do setor da saúde, que já fizeram várias greves por melhores salários e condições no Serviço Nacional de Saúde britânico

Quase 40 mil jovens médicos, que representam a espinha dorsal dos cuidados hospitalares, são esperados em protesto nas ruas de Inglaterra durante três dias, no âmbito de uma greve que começa já na segunda-feira.

O Serviço Nacional de Saúde (NHS, sigla inglesa) de Inglaterra já disse que a greve dos médicos será ainda mais disruptiva do que as recentes paralisações de enfermeiros e pessoal das ambulâncias.

O ministro da Saúde, Steve Barclay, disse que estaria disponível para conversar com os representantes dos jovens médicos se estes estivessem disponíveis para cancelar a greve.

“Vamos manter um diálogo construtivo para fazer do NHS um lugar melhor para trabalhar e garantir que asseguramos os cuidados que os doentes precisam”, escreveu no Twitter.

Mas o sindicato dos médicos (British Medical Association), disse não ter havido “qualquer negociação credível” e que a greve que começa na segunda-feira se mantém.

O NHS disse que iria dar prioridade na organização de recursos para proteger cuidados críticos e de emergência, partos e, onde possível, pacientes que esperam muito tempo por cuidados e cirurgias oncológicas, mas admitiu que milhares de procedimentos serão cancelados durante a paralisação de 72 horas.

Uma onda de greves tem desestabilizado a vida dos britânicos nos últimos meses, com os trabalhadores a exigirem aumentos salariais que permitam fazer face à inflação de dois dígitos no Reino Unido.

Além dos trabalhadores do setor da saúde, já fizeram greves a exigir melhores salários os professores, maquinistas, pessoal de ‘handling’ nos aeroportos, trabalhadores dos serviços de fronteiras, examinadores de condução, condutores de autocarros e funcionários dos correios.

Os sindicatos afirmam que os salários, especialmente no setor público, caíram em termos reais ao longo da última década e que a crise do custo de vida potenciada pelo aumento galopante do preço dos bens alimentares e energia deixou muitos em dificuldades para pagar as contas.

A taxa de inflação no Reino Unido fixou-se em 10,1% em janeiro, depois de um pico de 11,1% em novembro de 2022, mas mantém-se ainda em máximos de 40 anos, tendo o governo conservador de Rishi Sunak argumentado que aumentar salários no setor público em 10% ou mais apenas serviria para alimentar o aumento da inflação.

No entanto, os sinais recentes apontam para progressos na cedência a reivindicações, com enfermeiros, parteiras, psicoterapeutas e pessoal de ambulância a desmarcar na última semana greves já programadas, à espera de resultados das negociações com o Governo.

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