“Em fevereiro de 2023, aguardavam em LIC [lista de espera cirúrgica] um total de 9.952 utentes, o que corresponde a um aumento de 0,3% (mais 27 utentes), face ao mês anterior. Quando comparado com o mesmo período homólogo, verifica-se uma diminuição de 6% (menos 639 utentes)”, lê-se no boletim informativo mensal da Unidade Central de Gestão de Inscritos para Cirurgia dos Açores, consultado hoje pela Lusa e disponível na página da Internet da Direção Regional da Saúde.

Já em janeiro a lista de espera para cirurgias na região tinha aumentado 1,8% face ao mês de dezembro.​​​​​​​

O Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, o maior da região, era o que concentrava mais doentes em lista de espera para cirurgia (6.195) no final de fevereiro, seguindo-se o Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT), com 2.525 utentes, e o Hospital da Horta (HH), na ilha do Faial, com 1.232 utentes.

Em comparação com fevereiro de 2022, o HDES foi o único dos três hospitais a registar uma diminuição (14,4%), mas face ao mês anterior só o hospital da Terceira verificou uma ligeira descida (0,2%).

Já o número de propostas cirúrgicas em espera nos Açores (há utentes que estão inscritos para várias cirurgias) desceu ligeiramente (0,1%) face ao mês anterior, para 11.094, número que representa uma quebra de 8% em comparação com fevereiro de 2022.

Também neste indicador, o hospital de Ponta Delgada foi o único a diminuir a lista de espera, face ao período homólogo (17,4%), registando igualmente uma redução mensal de 0,1%, junto com o HSEIT, que baixou 0,7%.

Segundo o relatório, o tempo médio de espera por uma cirurgia nos Açores, no final de fevereiro, era de 363 dias (perto de um ano), menos cinco dias do que em janeiro e menos 98 do que no período homólogo.

Os três hospitais baixaram os tempos médios de espera, face ao ano anterior, mas foi o de Ponta Delgada que registou a maior descida, baixando 113 dias para 392.

As três unidades de saúde apresentavam um tempo médio de espera acima dos tempos máximos de resposta garantidos (TMRG) regulamentados, que preveem que uma cirurgia com prioridade normal seja realizada no máximo em 270 dias.

Pouco mais de metade das cirurgias realizadas em fevereiro nos Açores (52,2%) ocorreram dentro do TMRG, menos 0,5 pontos percentuais do que em janeiro.

O HDES aumentou essa percentagem em 3,9 pontos percentuais, mas foi a unidade hospitalar que menos cumpriu este critério (41,6%), enquanto o HH baixou 3,5 pontos percentuais, mas realizou 80,8% das cirurgias dentro do TMRG.

A produção cirúrgica no Serviço Regional de Saúde dos Açores baixou em fevereiro, mês em que foram realizadas 843 cirurgias.

“Estes valores representam um decréscimo de 5,3% (menos 47 cirurgias), face ao mês anterior. Na comparação com o mesmo mês do ano 2022, regista-se um aumento de 2,6%, ou seja, mais 21 cirurgias realizadas”, lê-se no boletim informativo.

O hospital de Ponta Delgada, que realizou 442 cirurgias, foi o único a aumentar a produção cirúrgica face ao ano anterior (7%) e o da Terceira (271) o único a registar uma subida mensal (1,5%).

O número de propostas entradas também registou uma descida, totalizando 1.052, menos 23% do que em janeiro e menos 11,2% do que no período homólogo.

Os três hospitais registaram uma quebra de novas propostas, com o da Terceira a verificar a maior descida percetual face ao mês anterior (33,5%).

Em fevereiro, foram canceladas nos Açores 212 cirurgias, menos 30,3% do que em janeiro, sendo o HDES o hospital que apresentou o maior número de cancelamentos (127), mas também a maior redução (35%).

LUSA/HN