29 CNMI – Diferentes aspetos relevantes da doença vascular cerebral

5 de Maio 2023

“Doença Vascular Cerebral” foi a mesa-redonda que encerrou a ordem de trabalhos do período da manhã do segundo dia do 29.º CNMI, moderada por Teresa Fonseca e Paulo Castro Chaves.

Teresa Mesquita abordou a prevenção secundária nos sobreviventes de hemorragia cerebral, assinalando que o AVC hemorrágico, responsável por cerca de 10 a 15% de todos os AVC, está associado a uma elevada mortalidade e, nos sobreviventes, a um grande risco de recorrência.

“A sua prevalência tem vindo a aumentar e a principal prevenção secundária nos sobreviventes de hemorragia cerebral é o controlo da pressão arterial. Além disso, o controlo da diabetes mellitus, a dislipidemia, a apneia do sono e os hábitos de vida saudáveis, além de refletirem no controlo dos valores da pressão arterial, estão associados a uma redução do risco de AVC hemorrágico”, explicou. Alertou para a necessidade de ser feita uma avaliação mais pormenorizada dirigida ao subgrupo de doentes em prevenção secundária após AVC hemorrágico.

Por outro lado, Tiago Gregório expôs o tema “Hipocoagulação oral após AVC isquémico”, começando por dizer que este é uma importante causa de morbimortalidade e que cerca de 70% dos AVCS’s são de natureza isquémica. Referiu que a anticoagulação é a terapêutica mais usada em prevenção secundária nestes doentes, no entanto, o timing para início do tratamento na fase aguda não está esclarecido.

Abordou, ainda, o dilema que, por vezes, é imposto ao clínico: iniciar precocemente a hipocoagulação, privilegiando a proteção embólica, ou iniciar mais tardiamente, privilegiando a segurança. Destacou também alguns ensaios clínicos, assumindo que ainda existem várias questões por esclarecer, nomeadamente quando os anticoagulantes estão contraindicados, como é o caso dos insuficientes renais e em caso de doença valvular reumática.

Inês Carvalho, da iniciativa Angels, falou sobre o tema “Avaliação da qualidade das U AVC’s”, garantindo que equipas capacitadas em AVC são mais rápidas a atuar, os hospitais capacitados tratam os doentes com um nível de qualidade superior. Apresentou, ainda, indicações relativamente ao processo de certificação das unidades de AVC, em articulação com a ESO (European Stroke Organisation).

NR/HN/29CNMI

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