Governo garante que hospital de em Trás-os-Montes está em pleno funcionamento

17 de Maio 2023

O ministro da Saúde garantiu esta quarta-feira que o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), cujo conselho de administração terminou mandato em dezembro de 2021, “está em pleno funcionamento”, desvalorizando alertas e críticas feitos pela ordem e sindicatos.

“O CHTMAD está em pleno funcionamento. O facto de o conselho de administração ter terminado o seu mandato não reduz em nada a sua capacidade de gerir o centro hospitalar”, disse Manuel Pizarro.

No Porto, à margem de uma visita ao Hospital de Santo António onde assistiu à primeira cirurgia robótica de prótese de joelho realizada no Serviço Nacional de Saúde (SNS), o governante não respondeu diretamente às críticas e alertas feitos recentemente sobre a demora na nomeação de um novo conselho de administração, nem avançou com datas específicas.

“O processo de nomeação está em curso. Será anunciado nos próximos dias ou semanas”, referiu.

Na segunda-feira, a Sub-Região de Vila Real da Ordem dos Médicos tornou público que remeteu uma carta aberta aos deputados do PS e PSD eleitos pelos círculos eleitorais de Vila Real e Viseu, mostrando-se “muito preocupada” com a “ausência de nomeação” do conselho de administração do CHTMAD e com a inexistência de direção clínica há nove meses.

A ordem denunciou, também, que este centro hospitalar perdeu “43 médicos” desde agosto, dado desmentido no mesmo dia pela administração.

“Globalmente temos mais médicos do que os que tínhamos. O número de médicos tem crescido todos os anos”, afirmou Fernando Alves, vogal do conselho de administração para a área financeira do CHTMAD.

No mesmo dia, a União dos Sindicatos de Vila Real alertou para a escassez e envelhecimento dos médicos e para a indefinição no centro hospitalar, sem nomeação da administração e, dias antes, o PCP questionou o Governo sobre a “grave situação de indefinição” na nomeação do CHTMAD.

A administração do CHTMAD, que agrega os hospitais de Chaves e Lamego e a unidade de cuidados paliativos em Vila Pouca de Aguiar, terminou o mandato em dezembro de 2021 e, no início deste ano, a presidente do órgão, Rita Castanheira, pediu a renúncia do cargo que ocupava desde julho de 2019.

Este centro hospitalar também está sem direção clínica desde agosto de 2022.

Em março, em declarações à agência Lusa, o presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos criticou o atraso na contratação de um diretor clínico para o CHTMAD.

“Uma instituição sem diretor clínico é uma instituição muito debilitada. É uma instituição que não está, seguramente, a cumprir com a sua missão junto das pessoas porque tem imensas lacunas no exercício do dia a dia”, disse Eurico Castro Alves.

Na última informação prestada sobre o assunto, no final de abril, o Ministério da Saúde reiterou que o “processo de nomeação dos órgãos de gestão do CHTMAD está em curso e segue os trâmites previstos na legislação aplicável”.

Hoje Manuel Pizarro recordou que a tutela “desde o início do ano” nomeou “mais de uma dezena de conselhos de administração” e lembrou que cada um desses casos exige um processo de avaliação pela Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP).

“Não há nenhum caso que eu conheça em que alguma instituição esteja com problemas de funcionamento por causa da nomeação do conselho de administração”, garantiu.

LUSA/HN

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