BE opõe-se a integração de hospitais de Cantanhede no CHUC

2 de Junho 2023

O Bloco de Esquerda (BE) criticou esta quinta-feira uma eventual integração dos hospitais de Cantanhede e Rovisco Pais no “disfuncional” Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e classificou de “incompreensível” a solução defendida pela tutela.

Numa pergunta enviada ao ministério da Saúde, subscrita pela deputada Catarina Martins e a que a agência Lusa teve acesso, o Bloco frisou que esta medida é uma “possibilidade apresentada recentemente por um estudo da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, defendendo que a mesma “não deve ser posta em prática”.

Na pergunta, o partido “levanta dúvidas sobre a eficácia” da integração do hospital Arcebispo João Crisóstomo (Hospital de Cantanhede) e do hospital Rovisco Pais (Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro) no CHUC.

Em nota de imprensa, o BE considerou que a criação do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, iniciada em 2011, “significou uma completa desqualificação/quase inativação do Hospital dos Covões (antes um Hospital Central com múltiplas especialidades) e do Hospital Sobral Cid (Hospital Psiquiátrico), e a perda de autonomia gestionária no Hospital Pediátrico e nas duas maternidades de Coimbra, antecedentes que dão razão aos receios e à contestação das populações de Cantanhede”.

Na pergunta, o Bloco de Esquerda questionou o ministro Manuel Pizarro sobre “a razão da fusão” entre os dois hospitais de Cantanhede e o CHUC, pretendendo saber se a mesma está “fundamentada em estudos técnicos que preveem ganhos de saúde consideráveis”.

No mesmo texto, entregue no sábado e ontem divulgado, os bloquistas questionam se a transformação dessas unidades em extensões dos serviços de medicina interna e reabilitação têm como objetivo “aliviar a carga da dificuldade de vagas para cuidados continuados na rede”.

O BE quer ainda saber, entre outros pontos, quais os impactos que a eventual fusão terá sobre a atual resposta do Hospital de Cantanhede em áreas como a patologia do sono e ortopedia e se esses doentes serão englobados na lista de espera do CHUC ou se a resposta integrada com os centros de saúde de Cantanhede é para manter.

Na nota, o BE disse concordar com a posição do município de Cantanhede (liderado pelo PSD) em alterar o número de camas a reativar no Internamento de Medicina Interna do hospital Arcebispo João Crisóstomo “de sete para, no mínimo, 20”, indicou.

Os bloquistas defenderam ainda o reforço da cirurgia de ambulatório nas diferentes especialidades, bem como na consulta externa, hospital de dia e meios complementares de diagnóstico e terapêutica.

Querem ainda o “reforço e revitalização do Hospital Rovisco Pais, enquanto unidade de referência nacional na área da medicina física e de reabilitação”, e destacaram a necessidade de requalificação dos edifícios de ambas as unidades hospitalares.

LUSA/HN

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