Enfermeiros “despedidos” em Penafiel exigem readmissão com vínculo efetivo

6 de Junho 2023

Trinta e um enfermeiros que não viram renovados os seus contratos de trabalho no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa exigiram hoje, junto ao hospital de Penafiel, a sua readmissão, mas com vínculo efetivo.

“O que estamos a exigir é a readmissão destes enfermeiros com vínculo efetivo, porque eles estão cá a dar resposta a necessidades permanentes”, disse à Lusa Fátima Monteiro, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

Segundo a sindicalista, aqueles profissionais tinham contratos desde novembro, mas ficaram sem trabalho, “por o Ministério das Finanças não ter aprovado a sua contratação”.

“Este hospital contratou-os ao abrigo do plano de contingência, sempre com a expetativa de que o Governo em geral disponibilizasse verba para os poder contratar. O Ministério da Saúde deu um aval positivo, mas o Ministério das Finanças mandou-os para o desemprego”, lamentou Fátima Monteiro.

Com palavras de ordem como “Costa escuta, os enfermeiros estão em luta”, os profissionais que ficaram sem trabalho concentraram-se na manhã de hoje à entrada do Hospital Padre Américo, em Penafiel, onde exibiram cartazes críticos ao Ministério das Finanças.

Para a sindicalista, “a hipocrisia é tanta que estes colegas são despedidos, mas o contrato de seis meses nem lhes possibilita o fundo de desemprego”, indicando ainda que, “com o despedimento destes colegas, a qualidade e a quantidade dos cuidados que se prestam aos utentes ficam em causa, assim como a segurança dos próprios profissionais”.

A dirigente do SEP referiu que naquele centro hospitalar, que integra os hospitais de Penafiel (Padre Américo) e Amarante (São Gonçalo), “esta semana, a atividade cirúrgica foi alterada, por falta de retaguarda para os doentes que necessitavam de cuidados de enfermagem e de espaço”.

“Tudo fica complicado. Quem sofre são estes profissionais que vão para o desemprego e os utentes que veem as suas cirurgias adiadas”, reforçou, aludindo à “degradação do serviço nacional de saúde” que se tem observado, “porque as condições de trabalho dos seus profissionais são cada vez mais degradantes”.

“Olhem para o SNS de uma vez por todas. Nós não queremos destruir o SNS, os enfermeiros são necessários, deem-lhes condições, porque eles sabem diariamente dar a resposta aos utentes”, rematou.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

ULS de Braga certifica mais 35 profissionais no âmbito do Programa Qualifica AP

A Unidade Local de Saúde de Braga (ULS de Braga) finalizou, esta semana, o processo de certificação de mais 35 profissionais, no âmbito do Programa Qualifica AP, uma iniciativa desenvolvida em parceria com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), através do Centro Qualifica AP.

PCP apresenta medidas para “inverter a degradação” do SNS

O PCP apresentou esta sexta-feira algumas medidas urgentes para “inverter a degradação” do Serviço Nacional de Saúde (SNS), criticando as “políticas de vários governos” de PS, PSD e CDS, que abriram “caminho para a destruição” daquele serviço público.

DE-SNS mantém silêncio perante ultimato da ministra

Após o Jornal Expresso ter noticiado que Ana Paula Martins deu 60 dias à Direção Executiva do SNS (DE-SNS) para entregar um relatório sobre as mudanças em curso, o HealthNews esclareceu junto do Ministério da Saúde algumas dúvidas sobre o despacho emitido esta semana. A Direção Executiva, para já, não faz comentários.

ULS de Braga celebra protocolo com Fundação Infantil Ronald McDonald

A ULS de Braga e a Fundação Infantil Ronald McDonald assinaram ontem um protocolo de colaboração com o objetivo dar início à oferta de Kits de Acolhimento Hospitalar da Fundação Infantil Ronald McDonald aos pais e acompanhantes de crianças internadas nos serviços do Hospital de Braga.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights