Governo quer aumentar em 50% camas de cuidados continuados

6 de Junho 2023

O ministro da Saúde manifestou hoje a “ambição enorme” de aumentar em mais de 50% as camas de cuidados continuados até 2025, mas explicou que para isso será necessário o apoio do setor social e solidário.

“Nós temos neste momento cerca de 9.500 camas e queremos chegar até ao final de 2025 com 15.000 camas. Ora, nós precisamos dos parceiros, nomeadamente dos parceiros do setor social e solidário, para esse crescimento”, disse Manuel Pizarro aos jornalistas, à margem do encontro de celebração do 17.º aniversário da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, intitulada “Mais Cuidados Continuados: Ligados ao Futuro”.

O secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, avançou hoje à agência Lusa que, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), vai haver um financiamento por cama de 42 mil euros que é 40% acima dos 30 mil euros inicialmente previstos.

Segundo o secretário de Estado, este aumento para financiar a abertura dos novos 5.500 lugares de internamento de cuidados continuados previstos no PRR resulta de uma análise ao mercado, que constatou o impacto da inflação na subida dos preços dos materiais e da construção.

O ministro da Saúde referiu que, face ao que tem sido a inflação e o aumento de custos da construção, o Governo tinha de aumentar o financiamento, que, disse, “permitirá a muitas instituições também elas aumentarem a sua capacidade de acolhimento ou criarem capacidade de acolhimento nos cuidados continuados”.

Questionado se este aumento da capacidade instalada permitirá retirar dos hospitais os utentes que estão internados apenas por razões sociais ou porque estão à espera de uma vaga na Rede de Cuidados Continuados, o governante afirmou que sim.

“Na semana passada, [segundo] o último balanço que tenho, tínhamos cerca de 750 pessoas nas diferentes instituições hospitalares à espera de uma vaga na rede de cuidados continuados”, o que cria dificuldades no dia-a-dia dos hospitais.

O ministro admitiu que essa é uma das razões por que o Governo quer criar mais vagas na rede de cuidados continuados, mas sublinhou que “a motivação principal” é saber que as pessoas serão mais bem tratadas se estiverem na rede de cuidados continuados.

“O hospital é um sítio muito útil, e do qual todos podemos necessitar, mas só se deve estar no hospital o tempo estritamente necessário, porque a permanência no hospital por períodos mais longos também cria riscos, nomeadamente o risco de infeção associada aos cuidados de saúde”.

LUSA/HN

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