Movimento de mulheres critica fecho de maternidades

7 de Julho 2023

O Movimento Democrático de Mulheres (MDM) contestou hoje o encerramento de maternidades, considerando que está em causa a segurança das mães no momento do parto e o direito das crianças a nascer em segurança.

“O encerramento, para obras, da maternidade do Hospital das Caldas da Rainha e do bloco e partos do Hospital de Santa Maria e os condicionamentos em mais oito maternidades, agudizam a insegurança das parturientes” e “acentuam, e muito, os obstáculos” ao acompanhamento das grávidas, afirmou o MDM, em comunicado.

“É do conhecimento público que oito maternidades vão ter condicionamentos programados durante o verão, sendo as regiões mais afetadas as de Lisboa e Vale do Tejo e Algarve”, sublinhou o MDM, referindo que o período de férias é um dos mais críticos do ano, “marcado pela falta de profissionais e pelo acréscimo de utentes, devido ao turismo”.

Para o MDM, “as sucessivas dificuldades registadas e conhecidas na Maternidade do Hospital de São Francisco Xavier e na Maternidade do Centro Hospitalar de Leiria, apontadas pelo Governo como alternativas, tornam esta opção irrealista e enganadora”.

Exigindo alterações nas políticas públicas, o MDM considera que as condições de assistência serão agravadas e que não é prudente substituir um hospital central como o de Santa Maria, “numa altura em que ali se concentram todas as situações de emergência, das várias regiões”.

“O Hospital do Barlavento Algarvio vai ter encerramentos diários na maternidade e bloco de partos ao longo dos próximos meses, também devido a obras. As mulheres grávidas vão ter de se deslocar à maternidade no Hospital de Faro. Acontece que, perante este encerramento, as grávidas terão de realizar uma viagem que demorará, em muitos casos, cerca de uma hora”, acrescentou o MDM.

Na região de Lisboa e Vale do Tejo, além dos hospitais de Santa Maria e das Caldas da Rainha, sete dos 11 blocos de partos vão ter “condicionamentos programados” nos hospitais de Santarém, Vila Franca de Xira, Amadora-Sintra, Loures, Garcia de Orta (Almada), São Bernardo (Setúbal) e Barreiro-Montijo, especificou o movimento, para destacar que “apenas quatro blocos de parto estarão em pleno funcionamento” entre 01 de junho e o final de setembro (Abrantes, Cascais, São Francisco Xavier e Maternidade Alfredo da Costa).

A decisão do Governo, “não assegura adequados cuidados de saúde, de vigilância na gravidez e acompanhamento no parto e pós-parto e não protege as mulheres e as crianças”, acentuou o MDM.

No mesmo documento, o movimnto considera que a estratégia para o Serviço Nacional de Saúde tem sido “tapar grandes buracos com areia”, semeando “descontentamentos nos profissionais” e “desviando o orçamento da saúde para financiar hospitais privados”.

LUSA/HN

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