Encerramento imediato de lar em Vila Franca de Xira ocorreu na sequência de uma denúncia

23 de Agosto 2023

O Instituto da Segurança Social (ISS) afirmou hoje que determinou “o encerramento imediato” de um lar ilegal, com 40 idosos, em Vila Franca de Xira, Lisboa, na sequência de uma denúncia, tendo participado o caso ao Ministério Público.

Cerca de 40 idosos estão, desde terça-feira, a ser retirados de um lar ilegal que funcionava numa moradia na Quinta Nossa Senhora da Conceição, em Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa, numa operação que, segundo o presidente da Câmara Municipal, deverá terminar hoje.

Em resposta à Lusa, o ISS destacou que “determinou o encerramento imediato do respetivo equipamento não licenciado”, em Vila Franca de Xira, “na sequência de uma denúncia”, e em conjunto com a autoridade de saúde local.

Deste caso, o ISS “efetuou participação da situação ao Ministério Público”, acrescentou, salientando que “a transferência dos idosos para outros locais foi assegurada, em articulação com os seus familiares”.

Ao início da tarde, numa reunião pública, o presidente do município, Fernando Paulo Ferreira (PS), afirmou que a autarquia ainda estava a resgatar cerca de 40 idosos do lar ilegal, na zona do Monte Gordo, na sequência de uma fiscalização da Segurança Social.

“Ontem [terça-feira], com os serviços de Proteção Civil, fizemos um conjunto grande de transporte para vários equipamentos sociais do nosso concelho e não só, e contamos que essa operação fique toda terminada durante o dia de hoje”, disse.

Em declarações aos jornalistas no local, António Carvalho, comandante da Proteção Civil municipal, destacou que o encerramento do lar foi decretado pela Segurança Social e pela delegada de Saúde, que na tarde de terça-feira pediram à Proteção Civil municipal a organização da retirada dos utentes.

Segundo António Carvalho, na terça-feira foram retirados três dezenas de utentes e hoje restavam cerca de uma dezena na unidade.

Dois dos utentes retirados na terça-feira passaram a noite numa unidade hospitalar devido a uma queda, mas já foram conduzidos às unidades de destino, acrescentou.

“Nós não estávamos lá dentro. [Os dois idosos] terão caído da cama ontem”, disse.

Na terça-feira, a operação de retirada de utentes decorreu entre as 18:00 e as 24:00, “à medida que se iam encontrando soluções”, nomeadamente para unidades de Lisboa, Montijo, Vila Franca, Cartaxo, Santarém e Sintra.

Além do ISS, a Lusa questionou a delegada de Saúde sobre as condições dos utentes, mas a responsável remeteu para a Segurança Social.

Na resposta enviada à Lusa, a Segurança Social não indicou o estado de saúde dos utentes nem a razão concreta que levou à sua retirada das instalações.

Além da Proteção Civil, da Autoridade de Saúde e da Segurança Social, estiveram no local várias corporações de bombeiros e a PSP.

Segundo a página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o alerta para a ocorrência foi dado às 18:40 de terça-feira, e às 17:30 de hoje mantinham-se no local oito homens e quatro viaturas.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

SIM defende transição faseada para vínculos estáveis no SNS

O Sindicato Independente dos Médicos afasta a possibilidade de convocar uma greve sobre o regime dos tarefeiros, reconhecendo o seu papel no SNS. A estrutura sindical alerta, no entanto, para o precedente perigoso de negociar com estes prestadores sem enquadramento legal, defendendo antes medidas que tornem a carreira hospitalar mais atrativa face a uma despesa que ronda os 300 milhões de euros anuais

Tempestade Cláudia obriga a medidas de precaução na Madeira

A depressão Cláudia, estacionária a sudoeste das ilhas britânicas, vai afetar o arquipélago da Madeira com ventos fortes, aguaceiros e agitação marítima significativa. As autoridades regionais de Proteção Civil emitiram recomendações para minimizar riscos, incluindo a desobstrução de sistemas de drenagem e evitar zonas costeiras e arborizadas

Carina de Sousa Raposo: “Tratar a dor é investir em dignidade humana, produtividade e economia social”

No Dia Nacional de Luta contra a Dor, a Health News conversou em exclusivo com Carina de Sousa Raposo, do Comité Executivo da SIP PT. Com 37% da população adulta a viver com dor crónica, o balanço do seu reconhecimento em Portugal é ambíguo: fomos pioneiros, mas a resposta atual permanece fragmentada. A campanha “Juntos pela Mudança” exige um Plano Nacional com metas, financiamento e uma visão interministerial. O principal obstáculo? A invisibilidade institucional da dor. Tratá-la é investir em dignidade humana, produtividade e economia social

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights