Integração de cuidados no modelo ULS: “Não posso garantir”, mas “temos aqui uma oportunidade”, diz ministro

18 de Janeiro 2024

Depois de um modelo que “não resultou”, e que “teve duas décadas para provar o que valia”, chegou o momento de testar as Unidades Locais de Saúde (ULS). Esta quarta-feira, na conferência da Fundação para a Saúde – SNS, Manuel Pizarro disse que não pode garantir que a solução encontrada resolva o problema da integração de cuidados, mas reforçou que “temos aqui uma oportunidade”.

“Eu não posso garantir que o modelo das Unidades Locais de Saúde vai resolver o problema da integração de cuidados. Mas há uma coisa que eu posso garantir, é que o modelo (…) das ARS, dos hospitais EPE, dos hospitais SPA e dos ACES não resultou (…) e já teve duas décadas para provar o que valia. (…) Eu acho que, apesar de tudo, nós temos aqui uma oportunidade”, observou o ministro da Saúde.

Na visão do ministro, as ULS, embora tendo um “quadro concetual”, serão “distintas umas das outras”: “Provavelmente, umas melhores, outras menos boas, umas melhores numas coisas, outras melhores noutras. Mas elas vão ser em larga medida aquilo que os profissionais fizerem delas.”

Na conferência dedicada ao Serviço Nacional de Saúde, “Estados Gerais: Transformar o SNS”, uma iniciativa da Fundação para a Saúde – Serviço Nacional de Saúde, Pizarro revisitou a história e destacou progressos como a longevidade e a saúde materno-infantil. “Eu quero elogiar esta iniciativa (…) porque o tema do Serviço Nacional de Saúde é um tema central para a democracia e para a sociedade portuguesa. O Serviço Nacional de Saúde é uma conquista social absolutamente extraordinária”, afirmou o ministro.

“Eu queria, no fundo, agradecer aquilo que têm feito para contribuir para este debate que o SNS tem que fazer e para esta ligação do SNS à sociedade (…). Se o SNS não for capaz de mobilizar em sua defesa o conjunto da sociedade portuguesa, e se não for capaz de catalisar o entusiasmo dos profissionais para o preservar (…) e defender, eu admito que exista um risco a prazo de preservação do SNS, pelo menos no modelo em que nós o conhecemos”, frisou.

No Grande Auditório João Lobo Antunes, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Pizarro pronunciou-se também sobre as contestações relativas ao modelo B. “Até há um ano atrás, em todos os sítios onde eu ia me pediam para contribuir para generalizar as Unidades de Saúde Familiar do modelo B, com remuneração associada ao desempenho”, apontou.

“Sim, nós precisamos de ir avaliando o sistema em todos os momentos e avaliando as pessoas, e eu também sou sensível a críticas que aqui foram feitas”, ressalvou.

HN/RA

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