Hospital de Ponta Delgada ainda sem previsão para retomar normal funcionamento

6 de Maio 2024

O Hospital de Ponta Delgada, nos Açores, afetado por um incêndio no sábado, já foi alvo de duas vistorias, mas ainda não há previsão para retomar o normal funcionamento na maior unidade de saúde açoriana.

A informação foi avançada à agência Lusa pela secretária regional da Saúde e Segurança Social, Mónica Seidi, revelando que já foram realizadas “duas vistorias ao longo da tarde e da noite” de sábado, mas “será necessário fazer uma avaliação mais pormenorizada”.

O Hospital Divino Espírito Santo (HDES) foi atingido no sábado por um incêndio que obrigou à transferência de todos os doentes internados.

Mónica Seidi indicou à Lusa que na altura do incêndio “estavam 333 doentes no Hospital” e “como o incêndio não se alastrou para as outras áreas foi possível dar 23 altas” e proceder “à transferência de 240 doentes”.

Os doentes críticos e graves foram transferidos para o hospital da CUF, na cidade de Lagoa, e os restantes para centros de saúde.

Além disso, foram transferidos para o Hospital da Horta, na ilha do Faial, 30 utentes que fazem hemodiálise e 26 utentes para o Hospital do Santo Espírito, na ilha Terceira.

Mónica Seidi explicou que do ponto de vista elétrico o Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) está a ser assegurado “por dois geradores”, mas trata-se de “uma resposta transitória”.

Quanto aos utentes que estavam internados, na maior unidade de saúde dos Açores, a secretária regional da Saúde e Segurança Social lembrou que os doentes em situação mais critica foram transferidos para o hospital da CUF, na Lagoa, ilha de São Miguel, para unidades de cuidados intensivos e cuidados intermédios e também na neonatologia.

Foram também transferidas grávidas que estavam no Serviço de Obstetrícia do Hospital de Ponta Delgada e os restantes doentes para centros de saúde da ilha de São Miguel, com valência de internamento.

“Existem cerca de 110 doentes na sede da Unidade de Ilha de São Miguel, em Ponta Delgada”, detalhou à Lusa a governante.

Por outro lado, “e para garantir a resposta no Hospital da CUF, a nível dos cuidados intensivos, optou-se também por transferir, para o Hospital da ilha Terceira, três doentes que estavam admitidos nesse serviço, acrescentou Mónica Seidi, indicando que a unidade de saúde terceirense “ainda tem capacidade para receber mais doentes”, caso seja necessário.

O incêndio no Hospital de Ponta Delgada obrigou ao encerramento do Serviço de Urgência, Bloco de Partos e Bloco Operatório.

Quanto às duas grávidas irão para a Madeira, Mónica Seidi explicou que as utentes “estavam internadas” no Hospital de Ponta Delgada e “poderão eventualmente precisar de outro tipo de assistência”.

“Mas, uma vez que estão estáveis vai-se proceder a essa transferência de forma preventiva”, justificou, recordando que já existe um protocolo com o Serviço Regional de Saúde dos Açores e a Madeira, através do qual “ao longo do último ano foram transferidos vários bebés prematuros e várias grávidas nessas circunstâncias” para o arquipélago madeirense.

A titular pela pasta da Saúde nos Açores deixou ainda uma mensagem “de tranquilidade”, tendo assinalado que foi criada, no sábado, uma linha telefónica para prestar informações aos familiares dos doentes internados no Hospital de Ponta Delgada que foram realojados em outras unidades devido ao incêndio.

Essa linha funcionou no HDES até às 23:30 locais (00:30 em Lisboa) e já foram também divulgados, nas redes sociais, os contactos da Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel.

“Essas duas instituições tem um levantamento dos doentes e o sítio onde eles estarão internados”, esclareceu ainda.

LUSA/HN

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