Ana Paula Martins disponível para “aproximação realista” às reivindicações dos médicos

15 de Julho 2024

A ministra da Saúde mostrou-se hoje disponível para ouvir os cerca de 600 médicos que assinaram uma carta aberta a apelar a um acordo nas negociações e manifestou abertura para uma aproximação “dentro daquilo que é realista”.

“As negociações são isso mesmo. Cada vez que damos um passo de aproximação tentamos encontrar soluções”, disse a ministra, acrescentando que o Ministério da Saúde está disponível para se aproximar “dentro daquilo que é realista a com as possibilidades que tem” face às exigências dos médicos.

Numa carta aberta divulgada no sábado, cerca de 600 médicos expressaram a sua indisponibilidade para fazer mais horas extraordinárias, além das previstas na lei, caso não haja acordo com os sindicatos nas negociações.

“A intenção da carta é alertar a senhora ministra de que nós, médicos, estamos vigilantes, estamos atentos, a tudo o que se está a passar em termos de negociações com os sindicatos e que temos linhas vermelhas que ela já conhece e que são exatamente as mesmas do ano passado”, disse à agência Lusa Helena Terleira, do movimento Médicos em Luta, promotor da iniciativa.

Na carta aberta, os médicos afirmam que vão fazer valer o seu “direito legal de não fazer mais do que as 150 ou as 250 horas extra”, conforme esteja no regime normal ou dedicação exclusiva nos serviços de urgência, caso as negociações que estão a decorrer não cheguem “a bom porto”.

“Consideramos que, de facto, é a única medida que nos resta, uma vez que até agora, infelizmente, não tem havido avanços na negociação com os sindicatos, disse Helena Terleira.

Hoje, em declarações aos jornalistas depois de visitar a Unidade de Saúde Familiar Inovar, em Corroios (Seixal), Ana Paula Martins valorizou esta missiva afirmando: “já estamos a encontrar um momento para nos podermos encontrar com os representantes destes 600 médicos”.

Manifestou disponibilidade para uma aproximação “realista” face às possibilidades do Ministério da Saúde, explicando: “Estamos a falar, essencialmente, daquilo que são as avaliações médicas e as próprias tabelas salariais e, por isso, estamos sempre muito abertos a continuar a conversar”.

Questionada sobre a greve convocada pela Federação Nacional dos Médicos para 23 e 24 de julho, a governante respondeu: “É uma forma de luta e nós respeitamos. Preferíamos que ela não acontecesse, naturalmente, mas compreendemos perfeitamente”.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Pedro Maciel Barbosa: “O SNS possui uma dimensão ética e afetiva”

O Observatório da Fundação para a Saúde apresentou hoje o seu relatório sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), numa iniciativa que visa analisar e comunicar de forma abrangente e compreensível o futuro e a transformação necessária do sistema de saúde português.

Constantino Sakellarides: A Importância da Comunicação em Saúde

Na apresentação do Relatório do Observatório da Fundação Nacional de Saúde, o Professor Constantino Sakellarides partilhou uma experiência pessoal para ilustrar a importância da comunicação eficaz em saúde e o papel crucial do novo Observatório

João Eurico da Fonseca analisa desafios do Serviço Nacional de Saúde

Na apresentação do Relatório do Observatório da Fundação Nacional de Saúde, o Professor João Eurico da Fonseca ofereceu uma análise profunda dos desafios enfrentados pelo Serviço Nacional de Saúde, comparando-os ao processo de diagnóstico e tratamento médico

ULS Médio Tejo inova com teleconsultas em Tomar

ULS Médio Tejo lança projeto-piloto de teleconsultas em São Pedro de Tomar, oferecendo atendimento remoto por especialistas em Medicina Geral e Familiar, melhorando o acesso aos cuidados de saúde primários.

MAIS LIDAS

Share This