A doação, que inclui mais de 170.000 doses de vacinas e 3,5 milhões de euros para diagnóstico e sequenciação do vírus, surge na sequência da declaração de emergência de saúde pública pelo Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC África).

O surto, causado por uma nova estirpe do vírus Mpox (clade 1b), foi detetado inicialmente na República Democrática do Congo em setembro de 2023 e rapidamente se espalhou para países vizinhos. Esta variante tem causado doenças mais graves em comparação com a estirpe anteriormente conhecida (clade 2), provocando um aumento significativo no número de casos e mortes em todo o continente africano.

Desde o início de 2022, foram registados mais de 38.000 casos em 16 países africanos, resultando em 1.456 mortes. O ano de 2024 tem sido particularmente preocupante, com um aumento de 160% no número de casos em comparação com o ano anterior.

A resposta da UE a esta crise de saúde pública inclui a doação de 175.420 doses de vacinas MVA-BN pela Comissão Europeia, além de outras 40.000 doses fornecidas por uma farmacêutica europeia. A distribuição das vacinas será feita com base nas necessidades regionais, em coordenação com o CDC África.

Além disso, a UE disponibilizará 3,5 milhões de euros para apoiar a expansão do acesso ao diagnóstico e sequenciação do vírus Mpox na região, uma medida crucial para compreender melhor a epidemia e desenvolver estratégias eficazes de controlo e prevenção.

A varíola dos macacos, embora tenha sido descoberta em humanos pela primeira vez em 1970 na atual República Democrática do Congo, ganhou destaque global em 2022, quando uma epidemia do subtipo clade 2 se espalhou para cerca de 100 países onde a doença não era endémica. Esse surto afetou principalmente homens homossexuais e bissexuais, causando cerca de 140 mortes num total estimado de 90.000 casos.

A ajuda humanitária da UE chega num momento crítico, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) convoca uma reunião de emergência para avaliar a epidemia do vírus Mpox em África. A ação coordenada e o apoio internacional serão essenciais para conter a propagação do vírus e salvar vidas no continente africano.

NR/HN/Lusa