Jorge Polónia é autor de novo plano europeu para abordar a hipertensão arterial

10 de Setembro 2024

Há um novo “plano” europeu para melhorar os cuidados de saúde às pessoas com hipertensão arterial, um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, como enfarte e acidente vascular cerebral (AVC).

O MASTER plan foi desenvolvido pela Sociedade Europeia de Hipertensão, no âmbito das Orientações de 2024. O documento tem como um dos principais autores Jorge Polónia, professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e Especialista Europeu nesta área.

Publicado no European Journal of Internal Medicine, o principal objetivo deste novo plano é aumentar a adesão dos doentes aos tratamentos e combater a “inércia médica” na hora de receitar os medicamentos.

“O diagnóstico e controlo da hipertensão arterial têm obrigatoriamente de melhorar. Temos forçosamente de aumentar a adesão ao tratamento, promover a literacia dos doentes e facilitar a prescrição”, apela Jorge Polónia.

Como sublinha, “a hipertensão arterial é o principal fator de risco modificável das principais causas de morte e morbilidade em todo o mundo. Apesar da qualidade das ferramentas disponíveis para o seu controlo, a percentagem de doentes controlados continua a ser inferior a 40%”.

Ao traçar as orientações e avanços mais recentes de modo “resumido” e “eminentemente prático”, este plano promete “facilitar a abordagem centrada em cada doente” e o “reforço da interação doente-profissional de saúde”.

De acordo com Jorge Polónia, a abordagem da hipertensão arterial na prática clínica deve ser “individualizada”, com especial atenção ao idoso acima dos 80 anos de idade. Nestes casos, explica, é fundamental “individualizar a estratégia com base em fatores como a sua autonomia, fragilidade, dependência e estado cognitivo”.

Outro destaque deste MASTER plan é o papel atribuído às “novas tecnologias interativas de registo e de avaliação do diagnóstico e da resposta à terapêutica”, bem como à autoavaliação por parte dos doentes, algo que exigirá uma grande aposta no aumento da literacia em saúde da população.

Pretende-se ainda simplificar a prescrição, promover o acesso a estratégias de prevenção e tratamento e envolver os vários profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, farmacêuticos, psicólogos, nutricionistas, entre outros) no seguimento do doente.

Além de professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Jorge Polónia é investigador do CINTESIS@RISE, especialista e consultor sénior de Hipertensão na Unidade de Hipertensão do Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, e especialista europeu de Hipertensão Clínica, tendo sido igualmente coautor das Guidelines de 2013, 2018 e 2023 da Sociedade Europeia de Hipertensão.

Publicado em FMUP

HN

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