Açores vai adquirir 31 novas viaturas para unidades de saúde de ilha

1 de Outubro 2024

A secretária regional da Saúde dos Açores rejeitou que tenham existido hoje cancelamentos de domicílios médicos na ilha Terceira, mas admitiu que o parque automóvel está degradado e anunciou a aquisição de 31 viaturas na região.

 “Estamos a falar na possibilidade de fazer uma aquisição de 31 viaturas até ao final do ano e, portanto, é um processo que está a ser trabalhado, porque efetivamente há que reconhecer que o parque automóvel está muito degradado”, afirmou, em declarações à Lusa, a titular da pasta da Saúde nos Açores, do executivo PSD/CDS/PPM, Mónica Seidi.

O deputado único da Iniciativa Liberal denunciou esta tarde que “os serviços domiciliários médicos foram “cancelados no dia de hoje, devido à falta de viaturas” na Unidade de Saúde da Ilha Terceira.

“É uma situação que revela um descontrolo e um desnorte total na área da Saúde e que nós não podemos escamotear”, acusou Nuno Barata.

O deputado disse que, das 12 viaturas existentes na Unidade de Saúde de Ilha da Terceira, apenas quatro estão a funcionar, duas no Centro de Saúde de Angra do Heroísmo e duas no Centro de Saúde da Praia da Vitória.

Segundo Nuno Barata, os domicílios de enfermagem foram assegurados, mas aos médicos terá sido pedido que utilizassem viaturas próprias e as deslocações acabaram por não se realizar.

Questionada pela Lusa, a secretária regional da Saúde e Segurança Social disse que, segundo informação da administração da Unidade de Saúde de Ilha, “hoje não houve cancelamentos”, não confirmando se existiram noutros dias.

Mónica Seidi admitiu, no entanto, que “o parque automóvel da maioria das Unidades de Saúde de Ilha está francamente degradado”.

“É uma situação que naturalmente terá de ser resolvida e estamos a trabalhar neste contexto. Estivemos a fazer o levantamento de todas as viaturas que necessariamente teriam de ser substituídas para que se possa fazer uma efetiva substituição destas viaturas”, adiantou.

Segundo a governante, a Direção Regional da Saúde está já a trabalhar “na elaboração das peças processuais e na elaboração de um caderno de encargos”, estando prevista a aquisição de 31 novas viaturas, para várias unidades de saúde da região.

“Estamos a falar, por exemplo, de algumas unidades de saúde que têm viaturas com 30 anos de existência. E, portanto, por mais reparações que sejam feitas, claro que esta situação não é desejável. Neste contexto, estamos a trabalhar para que haja até ao final do ano esta substituição do parque de viaturas”, apontou.

O deputado liberal acusou o executivo açoriano de “incompetência”, considerando “incompreensível” e “inadmissível” que “esse tipo de situações continuem a acontecer nos Açores”.

“Houve mais que tempo, houve mais que dinheiro e houve várias soluções. Tivessem cortado nalgumas gorduras, não tivessem aberto os cordões à bolsa para ganhar votos com algumas áreas profissionais e provavelmente teriam tido verbas disponíveis para fazer face àquilo que era preciso ser feito”, criticou.

Confrontada com estas críticas, Mónica Seidi reiterou que o Governo Regional tem estado a trabalhar para “resolver esta situação”.

“Também convém dizer que este Governo Regional tem resolvido ‘n’ problemas herdados [dos anteriores executivos do PS]. Não consegue resolver tudo de uma vez, é certo, mas está a trabalhar para que até ao final deste ano consiga efetivar esta renovação do parque automóvel das Unidades de Saúde da Ilha”, vincou.

A governante ressalvou ainda que as viaturas das unidades de saúde de ilha que circulam “têm inspeção feita” e que internamente foram alocadas outras viaturas à Unidade de Saúde da Ilha Terceira, a título temporário, “para que não ficassem em causa os tratamentos efetuados à população”.

Mónica Seidi garantiu que os cuidados paliativos e os domicílios de enfermagem a acamados são sempre assegurados.

“Não há um retrocesso nos cuidados ou nos tratamentos que são feitos no âmbito do domicílio, pelo facto de, pontualmente, ter havido aqui uma falha a nível dos cuidados de saúde prestados. Claro que o que nós queremos é garantir a eficácia desses mesmos tratamentos e com segurança à população”, sublinhou.

LUSA/HN

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