Num balanço feito à agência Lusa, o presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (STSS), Luís Dupont, afirmou que houve uma “boa adesão à greve”, variando os números entre os 50% e os 100%, dependendo dos hospitais e das profissões que “são muitas”.
Segundo o dirigente sindical, a adesão à paralisação rondará, em média, os 80%, o que disse significar que “há de facto, por parte destes trabalhadores, um descontentamento” que tem sido transmitido aos sindicatos e que “ficou claro no dia da concentração em Lisboa”, na passada terça-feira.
Luís Dupont referiu que a paralisação levou à desmarcação de “milhares de atos” que estavam programados, entre os quais análises clínicas, ecografias, raios X, entre outros, “apesar de, muitas vezes, haver uma pressão muito grande sobre os profissionais para que isso fosse feito”.
“[Isto porque], quando não fazemos determinado tipo de exames, comprometemos cirurgias programadas e comprometemos consultas de especialidade”, justificou, ressalvando que os serviços mínimos foram assegurados.
Houve também terapias e outros serviços que foram afetados como, por exemplo, no Centro de Medicina Física do Alcoitão e no Instituto de Medicina Legal.
O líder sindical lamentou que sejam os utentes a ficarem prejudicados com “uma greve que só existiu porque o Governo não se reuniu a tempo e não apresentou aquilo que se tinha comprometido com os sindicatos e com este grupo profissional”.
Questionado sobre as declarações da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, de que iria “muito proximamente” iniciar as negociações com os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, Luís Dupont considerou que “são positivas”, esperando que a ministra e o Governo “passem das palavras aos atos”.
“Ainda não temos nenhuma marcação de reunião, ainda não temos nenhum protocolo negocial apresentado pelo Governo, para que possamos negociá-lo e chegar a um acordo. Portanto, é isso que a gente espera com bastante celeridade”, declarou.
Luís Dupont disse os trabalhadores irão aguardar “um tempo mínimo necessário para que o Governo concretize” as palavras da ministra da Saúde, avisando que se isso não acontecer, os protestos terão de continuar e não é isso que os profissionais querem.
A greve foi convocada pelo STSS, pelo Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (Sindite) e pelo Sindicato Dos Trabalhadores Da Administração Publica (Sintap) para exigir, entre outras reivindicações, a resolução de injustiças na progressão de carreira e compensação por riscos, a contabilização do tempo de serviço para progressão e a admissão de mais profissionais.
NR/HN/Lusa
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