Laços entre países lusófonos promovem cooperação na resposta a emergências

9 de Novembro 2024

Os laços que unem os países lusófonos têm promovido a cooperação na resposta a emergências em saúde pública, sendo muito heterogénea a capacidade instalada nestes Estados-membros da CPLP, que é preciso avaliar para melhorar, defendeu um especialista nesta área.

Ricardo Mexia, médico de saúde pública do Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), é o presidente da comissão organizadora da Conferência de Saúde Pública da Lusofonia, que decorre segunda e terça-feira, em Lisboa.

“Temos capacidades instaladas muito diferentes nos diversos Estados-membros da CPLP. A própria avaliação da capacidade instalada é muito importante, porque permite depois criar condições para, identificadas essas vulnerabilidades, intervir sobre elas e dotar os vários países com capacidade para responder nas suas várias dimensões”, disse à Lusa.

Sobre a capacidade instalada nestes países lusófonos, que têm sido confrontados com desafios, como a malária, zika ou dengue, Ricardo Mexia disse que conta com “um conjunto de iniciativas que decorrem da ligação que já existe entre os países lusófonos, e que fazem com que já exista uma tradição de cooperação, seja do ponto de vista da formação, [como] das redes de diagnóstico laboratorial”.

“Há aqui laços muito estreitos que acabam por existir e que permitem que, perante uma ameaça, a resposta possa ser concertada entre os diversos países da CPLP”, adiantou.

Esta reunião da comunidade lusófona de saúde pública, que está associada à Conferência Europeia de Saúde Pública, pretende promover o debate e a reflexão em torno do reforço da cooperação em saúde pública entre os nove Estados-membros da CPLP, no âmbito dos objetivos e metas do Plano Estratégico de Cooperação em Saúde da CPLP 2023-2027.

“Acreditamos que vai surgir aqui uma múltipla possibilidade de criar consórcios, redes e que vão dar frutos, não no imediato, mas no médio e longo prazo”, disse Ricardo Mexia.

A conferência é organizada pela Associação Portuguesa para a Promoção da Saúde Pública (APPSP) e pela Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública (ANMSP), em parceria com a EPH Conference.

Participam nesta conferência lusófona, entre outros, o ex-ministro da Saúde português Adalberto Campos Fernandes, o ex-ministro da Saúde de Angola Luís Gomes Sambo, a ex-ministra da Saúde da Guiné-Bissau Magda Robalo, a Diretora Nacional de Saúde de Cabo Verde, Ângela Gomes, o vice-ministro da Saúde de Moçambique, Ilesh Jani, o diretor de Pesquisa em Saúde em Bem-Estar em Moçambique, Sérgio Chicumbe, ou o Diretor Geral de Estabelecimentos e Cuidados de Saúde no Ministério da Saúde Pública da Guiné-Bissau, Ivandro Pedreira.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Pedro Maciel Barbosa: “O SNS possui uma dimensão ética e afetiva”

O Observatório da Fundação para a Saúde apresentou hoje o seu relatório sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), numa iniciativa que visa analisar e comunicar de forma abrangente e compreensível o futuro e a transformação necessária do sistema de saúde português.

Constantino Sakellarides: A Importância da Comunicação em Saúde

Na apresentação do Relatório do Observatório da Fundação Nacional de Saúde, o Professor Constantino Sakellarides partilhou uma experiência pessoal para ilustrar a importância da comunicação eficaz em saúde e o papel crucial do novo Observatório

João Eurico da Fonseca analisa desafios do Serviço Nacional de Saúde

Na apresentação do Relatório do Observatório da Fundação Nacional de Saúde, o Professor João Eurico da Fonseca ofereceu uma análise profunda dos desafios enfrentados pelo Serviço Nacional de Saúde, comparando-os ao processo de diagnóstico e tratamento médico

ULS Médio Tejo inova com teleconsultas em Tomar

ULS Médio Tejo lança projeto-piloto de teleconsultas em São Pedro de Tomar, oferecendo atendimento remoto por especialistas em Medicina Geral e Familiar, melhorando o acesso aos cuidados de saúde primários.

MAIS LIDAS

Share This