SIDA prevalece desafio de saúde pública em Moçambique apesar de resultados “encorajadores”

1 de Dezembro 2024

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, admitiu hoje que o VIH/Sida prevalece entre os principais desafios de saúde pública no país, destacando, no entanto, resultados “encorajadores” no combate à doença nos últimos anos

“Ainda estamos a perder muitos compatriotas nesta batalha, mortes que podem ser evitadas”, declarou Filipe Nyusi, numa mensagem alusiva ao Dia Mundial de Luta Contra a SIDA, que hoje se assinala.

O número de mortes por VIH/Sida em Moçambique baixou para cerca de 44.000 em 2023, comparado aos 48 mil óbitos registados em 2022, segundo estatísticas do Governo moçambicano, que estima em 81 mil novas infeções no país.

Embora admita que a sida continua um desafio de saúde pública, na sua mensagem, o chefe de Estado moçambicano destacou “resultados positivos” nas estratégias do Governo e parceiros face à doença.

“As novas infeções pelo VIH na população reduziram, tendo passado de 143 mil em 2015 para 81 mil em 2023. O Mesmo aconteceu com o número de novas infeções em crianças dos 0 aos 14 anos, que passaram de 19 mi, em 2015, para 12 mil , em 2023”, frisou.

Apesar dos resultados, prosseguiu o chefe de Estado, a doença continua um problema que exige o envolvimento de todos para sua erradicação, numa estratégia cujo objetivo é, sobretudo, desacelerar o número de mortes e baixar ainda mais as novas infeções.

“Queremos alargar a cobertura do tratamento antirretroviral e reduzir níveis inaceitáveis do estigma e discriminação”, acrescentou Filipe Nyusi.

O Governo moçambicano estimou em 2,4 milhões o número de pessoas vivendo com VIH/Sida no país, segundo dados de 2023, em que igualmente se registaram 81 mil novas infeções, uma redução comparando com estatísticas de 2022, com 97 mil novos casos.

Aponta-se as províncias de Sofala e Zambézia (centro do país), e de Nampula (na região norte) como as que registam índices elevados de novas infeções, enquanto Tete (centro) apresenta números mais baixos.

As estatísticas do Governo indicam ainda que no ano passado 10% do total das mulheres grávidas com VIH transmitiram o vírus para as suas crianças.

Para reduzir o número de novas infeções e de mortes pela doença, o Governo está a realizar um inquérito visando compreender os níveis de estigma com o objetivo de combatê-lo e de mobilizar mais pessoas a testar e iniciar tratamento ao VIH.

NR/HN/Lusa

 

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