Mais de 840 focos de gripe das aves reportados na Europa entre outubro e janeiro

8 de Janeiro 2025

Mais de 840 focos de gripe das aves foram detetados na Europa, entre outubro de 2024 e janeiro de 2025, sobretudo na Hungria e em Itália, segundo dados da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).

Portugal comunicou quatro focos, três em aves selvagens e um em aves de capoeira. O vírus não se transmite através do consumo da carne.

No período em análise, a Hungria reportou 213 focos de gripe aviária, 188 dizem respeito a aves de capoeira, 24 a aves selvagens e uma a aves em cativeiro.

A Itália surge a seguir, com 188 focos reportados, onde se incluem 75 em aves selvagens e 43 em aves de capoeira.

Depois aparece a Alemanha, com 72 focos em aves selvagens, 13 em aves de capoeira e nove em aves em cativeiro, num total de 94 focos reportados.

Seguem-se Áustria (68), Polónia (66), Países Baixos (56), Eslovénia (47), República Checa (27), França (23), Moldávia (22), Eslováquia (18), Espanha (16), Islândia (11), Croácia (10) e Noruega (10).

Com menos de 10 focos reportados entre 01 de outubro de 2024 e 06 de janeiro de 2025 aparecem a Turquia (oito), Roménia (cinco), Ucrânia (cinco), Sérvia (quatro), Portugal (quatro), Dinamarca (três), Bulgária (três), Suíça (dois), Ilhas Faroé (dois), Macedónia do Norte (dois), Albânia (dois), Irlanda (dois) e Bélgica (um).

Dos 842 focos reportados neste período, 452 foram em aves selvagens, 309 em aves de capoeira e 81 em aves em cativeiro.

Em Portugal, a gripe das aves foi detetada numa exploração de galinhas poedeiras em Sintra, Lisboa, tendo sido aplicadas medidas de controlo e erradicação, anunciou, na segunda-feira, a DGAV.

As medidas de controlo e erradicação já foram implementadas e incluem a inspeção do local onde a doença foi detetada, o abate dos animais infetados e a limpeza das instalações.

Foram ainda impostas restrições à movimentação e as explorações com aves nas zonas de restrição (num raio de 10 quilómetros em redor do foco) estão a ser vigiadas.

No mesmo dia, a Direção-Geral da Saúde (DGS) esclareceu que, até à data, não tinham sido identificadas pessoas com sintomas ou sinais sugestivos de infeção por este vírus (H5N1).

A transmissão do vírus para humanos acontece raramente, tendo sido reportados casos esporádicos em todo o mundo.

Contudo, quando ocorre, a infeção pode levar a um quadro clínico grave.

A transmissão ocorre, sobretudo, através do contacto com animais infetados ou com tecidos, penas, excrementos ou inalação de vírus por contacto com animais infetados ou ambientes contaminados.

Na sequência deste caso, Macau e Hong Kong proibiram a importação de frango a partir de Lisboa.

Já tinham sido confirmados em Portugal, na corrente época epidemiológica, dois casos de infeção pelo vírus da gripe aviária de alta patogenicidade em aves selvagens, nomeadamente numa gaivota-de-patas-amarelas, em Quarteira, Loulé, e numa gaivota-de-asa-escura, em São Jacinto, Aveiro.

Também esta semana, as autoridades de Saúde do Luisiana, nos Estados Unidos, informaram que foi confirmada a primeira morte pelo vírus da gripe aviária nos EUA.

A pessoa em causa tinha mais de 65 anos e antecedentes médicos, tendo sido hospitalizada com sintomas respiratórios graves após ter estado em contacto com aves infetadas e outras mortas.

NR/HN/Lusa

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