Bastonário dos médicos quer intervenção direta da ministra da Saúde no Amadora-Sintra

4 de Fevereiro 2025

O bastonário da Ordem dos Médicos pediu hoje a intervenção direta da ministra da Saúde na Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra, considerando que o conselho de administração não consegue dar resposta à falta de profissionais.

“Tem de haver, porque já percebemos que o conselho de administração não consegue dar essa resposta, uma intervenção direta da ministra da saúde”, adiantou Carlos Cortes à Lusa, na sequência da demissão apresentada pelo diretor do serviço de Urgência da ULS que inclui o Hospital Fernando Fonseca.

Carlos Cortes salientou o “trabalho muito esforçado do diretor da Urgência” que demitiu, Hugo Martins, salientando que, “sem recursos humanos, sem uma política de incentivo para captar médicos para o SNS e, neste caso em concreto para a ULS Amadora-Sintra, não se consegue fazer omeletas sem ovos”.

“Não é propriamente a demissão do diretor de Urgência que irá resolver as coisas, é uma intervenção direta do Ministério da Saúde para ajudar o hospital Amadora-Sintra nos seus recursos humanos médicos”, reiterou o bastonário.

Fonte oficial do hospital adiantou à Lusa que Hugo Martins se demitiu do cargo por motivos pessoais, com efeitos a 01 de fevereiro, e avançou que a ULS Amadora-Sintra “está a procurar alternativas”, acrescentou.

A agência Lusa pediu uma reação ao Ministério da Saúde, que respondeu que “este assunto está na esfera da ULS Amadora-Sintra e da Direção Executiva” do Serviço Nacional de Saúde.

Antes de conhecida a demissão, a Ordem dos Médicos (OM) alertou que o Amadora-Sintra está a trabalhar “muito abaixo dos limites” de segurança clínica.

“Consideramos não ser adequado para a população manter uma urgência de cirurgia geral aberta ao exterior que não cumpra o recomendado, muito longe disso”, afirmou o bastonário da OM, Carlos Cortes, citado em comunicado.

Numa resposta sobre esta situação, a ULS afirmou que “o Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) tem, como é do domínio público, alguns períodos de contingência na escala da especialidade de Cirurgia Geral em contexto de Urgência, um constrangimento resultante da saída concertada de 10 cirurgiões”.

Para garantir a resposta à população, a ULS Amadora/Sintra refere que contratou oito especialistas adicionais para a realização de trabalho no serviço de Urgência, tendo como objetivo o reforço das equipas, às quais agradece “todo o empenho e profissionalismo”.

LUSA/HN

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