De acordo com fonte oficial do Ministério da Saúde, Ana Paula Martins vai representar o Governo no debate pedido pela bancada bloquista intitulado “partidarização do SNS e degradação do acesso à saúde”.

Esta interpelação ocorre depois de na segunda-feira a Ordem dos Médicos (OM) ter alertado que o Hospital Amadora-Sintra está a trabalhar “muito abaixo dos limites” de segurança clínica e pedido a intervenção imediata do Ministério da Saúde.

No mesmo dia, o diretor do serviço de Urgência da Unidade Local de Saúde Amadora-Sintra, Hugo Martins, demitiu-se do cargo, alegando “motivos pessoais”.

Na sequência do alerta da Ordem, Ana Paula Martins convocou na quarta-feira o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra para uma reunião.

O presidente da ULS Amadora-Sintra assegurou que a administração permanece em funções e anunciou que vai pedir uma reunião urgente com o bastonário dos médicos sobre idoneidade formativa, considerando que a ULS tem capacidade para formar 10 internos.

Luís Gouveia reconheceu os constrangimentos que existem no serviço de Cirurgia Geral devido ao “número limitado de cirurgiões”, após a saída em 31 de outubro de 10 especialistas do serviço.

Também esta semana, um conjunto de médicos internos daquele hospital manifestaram “profunda preocupação” com o funcionamento do serviço de cirurgia geral, numa carta em que denunciam um “clima de insegurança profissional”.

Além destes problemas, o hospital Amadora-Sintra tem registado tempos de espera que chegaram a atingir 15 horas no último fim de semana, situação que Ana Paula Martins já classificou como “inaceitável”.

O BE anunciou esta interpelação no encerramento das jornadas parlamentares do partido, em Coimbra, altura em que o líder da bancada bloquista, Fabian Figueiredo, acusou o executivo de ter trazido “mais caos” ao Serviço Nacional de Saúde.

O partido liderado por Mariana Mortágua tem sido bastante crítico de Ana Paula Martins, tendo pedido por diversas vezes a sua demissão.

No centro das críticas dos bloquistas tem estado também o cirurgião Eurico Castro Alves, autor do plano de emergência para a saúde.

Esta semana, em audição no parlamento, Eurico Castro Alves classificou como “extremamente injusto e até perverso” para o sistema democrático acusá-lo de estar por detrás das decisões da ministra da Saúde, que considerou “uma pessoa altamente capaz, honesta e decisora”, depois de o BE o ter classificado como um “ministro sombra”.

LUSA/HN