Unicef tratou mais de 41 mil casos de cólera em Moçambique em 2024

17 de Fevereiro 2025

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) tratou no ano passado 41.708 casos de cólera em oito províncias de Moçambique, afetadas pelo surto da doença, indica-se num relatório da agência da ONU. 

“A iniciativa chave incluiu o estabelecimento de centros de tratamento da cólera, a distribuição de 148 kits de saúde, 300 kits para diarreia aquosa aguda, 45 camas para cólera, 7.500 redes mosquiteiras e 14.777 peças de proteção pessoal”, refere-se num relatório ao qual a Lusa teve hoje acesso.

A iniciativa, em resposta ao surto da doença, contou com o apoio de sete organizações humanitárias no terreno, dos quais constam a Agência de Desenvolvimento Local (Adel), Médicos com África (Cuamm) e a portuguesa Helpo.

Segundo o Unicef, perto de 19.000 casos “ligeiros” de infeção foram tratados através da reidratação oral, reduzindo as mortes por desidratação.

“Para fortalecer a capacidade de resposta a cólera, 475 técnicos de saúde foram treinados em gestão de casos, controlo e tratamento das infeções”, acrescenta.

A cólera é uma doença bacteriana infecciosa intestinal aguda, causada pelo vírus vibrio cholerae, que pode causar diarreia grave e aquosa.

Recentemente, as autoridades de saúde na província da Zambézia, no centro de Moçambique, anunciaram o registo cumulativo de 31 casos de cólera este ano, no distrito de Mopeia.

“Houve necessidade de colhermos algumas amostras, que enviámos para o laboratório de referência (…) e, destas, o resultado que tivemos é que algumas são sugestivos ao vibrião colérico”, disse o médico chefe provincial da Zambézia, Isaías Marcos.

Dados do Ministério da Saúde até 17 de dezembro do ano passado indicam que a província de Nampula, no norte do país, registou o acumulado de 302 casos, com 29 mortes desde outubro.

O último relatório sobre a progressão da doença no país, entre outubro de 2023 e julho do ano passado indicava então um total de 16.506 infetados e 38 mortos, com uma taxa de letalidade que se mantém em 0,2% em todo o país.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Álvaro Santos Almeida: “Desafios globais da saúde na próxima década”

Álvaro Santos Almeida, Diretor Executivo do Serviço Nacional de Saúde, destacou hoje, no Cascais International Health Forum 2025 os principais desafios globais da saúde para a próxima década, com ênfase no envelhecimento populacional, escassez de profissionais e a necessidade de maior eficiência no setor.

Ewout Van Ginneken: Resiliência, Equidade e Inovação como Pilares da Saúde Global

Ewout Van Ginneken, Diretor do Observatório Europeu dos Sistemas e Políticas de Saúde, destacou, no Cascais International Health Forum 2025, que decorreu hoje no Estoril, a necessidade de transformação nos sistemas de saúde, com foco em modelos de cuidados integrados, prevenção, equidade e inovação tecnológica, para enfrentar os desafios globais do século XXI.

HPV Responsável por 84% dos Cancros do Ânus, Alerta LPCC

A Liga Portuguesa Contra o Cancro alerta para o aumento do cancro anal, destacando que 84% dos casos estão ligados ao HPV. A vacinação e o diagnóstico precoce são essenciais, especialmente em grupos de risco, como homens que têm sexo com homens.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights