“Em 16 dias notificámos um total de 1.275 casos de conjuntivite bacteriana e nas últimas 24 horas tivemos um registo de 15 casos. Deste universo de 1.275 casos, cinco evoluíram para complicações e destas complicações evoluíram para úlcera de córnea”, disse o médico-chefe da província de Cabo Delgado, Edson Fernando.

Segundo o responsável, do total dos casos, 60% foram detetadas em menores de cinco anos: “As crianças brincam entre elas e essa aproximação cria ambiente propício para a contaminação. Foram mobilizadas equipas técnicas lideradas por especialistas em oftalmologia que vão às comunidades fazer rastreio e o tratamento”.

 Quase 120 pessoas contraíram cegueira irreversível em 2024 em Moçambique em resultado do surto de conjuntivite, disse em 12 de agosto a chefe do Programa Nacional de Oftalmologia do Ministério da Saúde, Lígia Munguambe.

“Um total de 195 pessoas tiveram complicações oculares graves devido, sobretudo, à automedicação e à aplicação de substâncias tóxicas nos olhos”, afirmou a responsável, referindo que os pacientes recorreram ao uso de limão, urina, pomadas para o corpo e diversas plantas para curar a conjuntivite.

A chefe do Programa Nacional de Oftalmologia acrescentou que do total de 119 pessoas que contraíram cegueira irreversível 41 ficaram cegas nos dois olhos e 78 desenvolveram cegueira parcial.

Segundo Lígia Munguambe, durante o período do surto da conjuntivite, de fevereiro a maio de 2024, foram registados 68.400 casos cumulativos da doença.

NR/HN/Lusa