Gulbenkian vai apoiar projetos inovadores de cuidados domiciliários

12 de Março 2025

A Fundação Calouste Gulbenkian vai apoiar com mais de dois milhões de euros até 14 projetos com abordagens inovadoras nos cuidados domiciliários a pessoas idosas, que terão a duração de dois anos.

Em comunicado, a fundação explica que se trata de uma nova fase da iniciativa Gulbenkian Home Care, que apoiou na fase piloto – entre outubro de 2023 e dezembro de 2024 – 15 projetos, envolvendo mais de 1.400 pessoas, entre quem recebeu os cuidados, cuidadores informais e outros profissionais.

As candidaturas a esta nova fase podem ser apresentadas até ao dia 21 de abril e estão abertas a consórcios de “entidades locais multifacetadas” e com trabalho reconhecido nesta área.

Na fase piloto, foram apoiados projetos que apostavam, entre outros, na musicoterapia, no estímulo cognitivo, na fisioterapia e no desenvolvimento da mobilidade e da agilidade.

Entre os projetos apoiados na fase inicial estão, por exemplo, o “Tempo de Cuidar”, na cidade do Porto, onde 64 pessoas mais velhas veem o seu isolamento quebrado pelas visitas dos profissionais da Associação Mutualista Benéfica e Previdente, o “Sorrisos ao Domicílio”, que acompanha 185 residentes em Almada e envolve equipas da Santa Casa da Misericórdia, e o “Home 360”, que leva a comunidade para dentro de casa de pessoas com demência em Sintra e Oeiras.

O resultado dos projetos foi medido pelo impacto na autonomia das pessoas idosas e no combate ao isolamento e solidão daqueles que estão social e geograficamente mais vulneráveis, assim como na capacitação técnica das equipas de profissionais e na adoção de ferramentas mais eficientes de gestão e prestação de cuidados.

Com o Home Care 2.0, a Gulbenkian quer dar seguimento a este trabalho, privilegiando as atividades que mais contribuam para a preservação das capacidades, da saúde física e mental, e prolongando a autonomia dos cidadãos mais idosos o mais possível, no seu meio natural.

Na nota hoje divulgada, a Fundação Calouste Gulbenkian recorda que os dados do Censos 2021 referem que um quarto da população portuguesa tem mais de 65 anos e que as estimativas indicam que, até 2070, 30% da população europeia será idosa.

“Paralelamente, mais de 23 milhões já necessitam de cuidados de longo prazo”, lembra a fundação, acrescentando que “esta tendência tem trazido desafios cada vez maiores aos sistemas sociais e de saúde”.

Com a iniciativa Gulbenkian Home Care, a fundação pretende alcançar “uma mudança de paradigma” e “um apoio domiciliário mais adequado ao contexto atual”, promovendo uma maior conciliação e complementaridade de cuidados sociais com cuidados de saúde, reforçando as redes locais.

A iniciativa aposta também na especialização e adequação dos cuidados domiciliários, prestados em função das necessidades específicas, desenvolvendo um serviço de apoio ao domicílio “mais flexível e ajustado às necessidades das pessoas e das suas comunidades”.

A Gulbenkian sublinha ainda que este modelo “apresenta custos bastante reduzidos”, quando comparados aos dos cuidados prestados nos lares.

lusa/HN

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