65% dos jovens profissionais de saúde em Portugal consideram emigrar

5 de Abril 2025

Cerca de 65% dos jovens profissionais de saúde em Portugal já consideraram emigrar, de acordo com um estudo recente que envolveu 1.500 participantes. 

A pesquisa, realizada pela Plataforma de Jovens Profissionais de Saúde, revela que a insatisfação com salários baixos, a falta de oportunidades de progressão na carreira e o elevado nível de stress são os principais fatores que levam esses profissionais a ponderar deixar o país.

Xavier Canavilhas, representante da Plataforma, destacou que, apesar da dedicação à profissão, as condições de trabalho enfrentadas por médicos, farmacêuticos e enfermeiros até aos 35 anos são desafiadoras, o que contribui para a crescente intenção de emigração. Embora muitos expressam o desejo de continuar em Portugal, sentem-se desmotivados.

O estudo também aponta que 45% dos jovens profissionais estão insatisfeitos com suas condições de trabalho, enquanto apenas cerca de 10% se sentem satisfeitos. Além disso, 70% relatam frequentemente estar sob pressão, e mais de 60% afirmam que seus horários não permitem um equilíbrio saudável entre vida pessoal, profissional e familiar, com apenas 18% expressando um equilíbrio satisfatório.

Em relação à qualidade dos cuidados prestados, 54% dos inquiridos acreditam que a falta de condições laborais compromete essa qualidade. Curiosamente, 60% disseram que não escolheriam a mesma profissão se tivessem a chance de recomeçar, citando a falta de oportunidades de progressão como uma das razões. Por outro lado, entre aqueles que veem boas oportunidades de avanço na carreira, 73% escolheriam a mesma profissão novamente.

O estudo também revelou que 95% dos profissionais acreditam que a colaboração melhora a qualidade dos cuidados, mas apenas metade se sente adequadamente preparada para essa realidade durante sua formação. Quanto à retenção de profissionais no interior do país, 32% apontam a remuneração competitiva como o fator principal, enquanto 48% consideram trabalhar nessa região pouco atrativo.

A análise que partiu de um questionário ‘online’ e vai ser hoje apresentada na Fundação Champalimaud, em Lisboa, depois de ter estado acessível a todos os jovens profissionais de saúde até aos 35 anos, inclusive.

lusa/HN

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