Consenso global apela a mudanças no diagnóstico e cuidados do linfoma cutâneo

19 de Abril 2025

Associações de doentes de seis países, incluindo Portugal, lançaram o primeiro consenso global para melhorar o diagnóstico e cuidados do linfoma cutâneo de células T, visando reduzir atrasos e desigualdades no acesso à saúde.

Associações de doentes de seis países, entre os quais Portugal, apresentaram o primeiro consenso global focado na melhoria do diagnóstico e dos cuidados prestados às pessoas com linfoma cutâneo de células T (LCCT), uma forma rara de cancro da pele. O documento, desenvolvido em colaboração com a farmacêutica Kyowa Kirin, apela à ação das autoridades de saúde, hospitais e profissionais médicos, propondo medidas concretas para aumentar a sensibilização, agilizar o diagnóstico e melhorar o acompanhamento dos doentes.

O projeto marca o arranque do grupo internacional CTCL Global Care Collaborative, criado para reduzir o tempo até ao diagnóstico correto e elevar a qualidade dos cuidados à comunidade global de doentes com LCCT. Entre as associações envolvidas estão a Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL), Lymphoma Action (Reino Unido), AEAL (Espanha), Stichting Huidlymfoom (Países Baixos), Haukrebs-Netzwerk Deutschland e Selbsthilfe Kutane Lymphome (Alemanha), Korean Blood and Cancer Patient Organization (Coreia do Sul), House086 (China), bem como as organizações internacionais Cutaneous Lymphoma Foundation e Lymphoma Coalition.

Os doentes com LCCT enfrentam um atraso médio de três a quatro anos até obterem um diagnóstico correto, devido à falta de conhecimento sobre a doença e à semelhança dos sintomas com outras patologias dermatológicas. Este atraso, comum nas doenças raras, tem impacto negativo na qualidade de vida e bem-estar psicológico dos doentes. Mesmo após o diagnóstico, persistem desafios como dificuldades na correta avaliação da fase da doença e desigualdades no acesso a cuidados e recursos de saúde.

O consenso global recomenda reforçar a formação dos profissionais de saúde, reduzir o tempo até ao diagnóstico, garantir uma avaliação precisa da doença e assegurar que todos os doentes tenham acesso a cuidados adequados, independentemente da localização ou condição socioeconómica. O documento sublinha ainda a importância de capacitar os doentes, fornecendo-lhes informação e recursos para decisões informadas sobre a sua saúde e tratamento.

O linfoma cutâneo de células T representa cerca de 4% de todos os linfomas não-Hodgkin e até 80% dos linfomas cutâneos primários, afetando aproximadamente 240 pessoas por cada milhão de habitantes na Europa. Os subtipos mais comuns são a Micosis Fungoide (60% dos casos) e o Síndrome de Sézary (5%).

PR/HN/MM

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