A Ordem dos Enfermeiros (OE) manifestou um forte repúdio às declarações do presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Médica, que, em entrevista ao Correio da Manhã, responsabilizou os enfermeiros do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) por supostos aumentos nos tempos de resposta do INEM e por decisões clínicas que, segundo o dirigente sindical, deveriam ser exclusivas dos médicos. A OE classificou estas afirmações como “absolutamente inaceitáveis, irresponsáveis e desprovidas de qualquer base factual”, sublinhando que revelam um desconhecimento profundo do funcionamento do CODU e constituem uma tentativa de descredibilizar profissionais altamente especializados.
O bastonário Luís Filipe Barreira destacou que todas as decisões clínicas e de referenciação crítica são partilhadas e da responsabilidade dos médicos reguladores, sendo os enfermeiros elementos essenciais no processo de triagem e encaminhamento, atuando sempre em estreita articulação com as restantes equipas multidisciplinares. A OE reforça que a presença dos enfermeiros nestas estruturas contribui para um julgamento clínico mais robusto, aliando competências de diferentes áreas para garantir a melhor resposta em contexto de emergência1.
A Ordem esclarece ainda que a transmissão de dados pelos enfermeiros não é assegurada na totalidade devido à insuficiência de recursos humanos, apontando a necessidade de reforço de cerca de 70 profissionais para garantir cobertura plena e contínua. O atual mapa de pessoal não está adaptado ao novo paradigma de funcionamento, o que limita a capacidade de resposta do serviço.
A OE considera grave que um dirigente sindical recorra à difamação e à falsidade para justificar eventuais falhas do sistema, atitude que prejudica a confiança entre profissionais e compromete o serviço público prestado à população. Sublinha ainda que tais declarações criam alarme social injustificado e comprometem o bom nome dos enfermeiros, que desempenham funções de elevada exigência e responsabilidade.
Face à gravidade da situação, a Ordem dos Enfermeiros exige ao INEM e ao Ministério da Saúde um desmentido claro e público destas acusações infundadas, defendendo a verdade dos factos e a dignidade dos profissionais que diariamente servem a população portuguesa com dedicação e competência.
PR/HN/MM
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